Chefe da ONU faz alerta sobre riscos da IA para paz mundial

António Guterres pediu que seja estabelecido até o final de 2026 um instrumento vinculativo que proíba 'sistemas autônomos de armas letais'

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AFP

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou nesta terça-feira (18) sobre os riscos que a Inteligência Artificial (IA) traz para a paz e segurança do mundo, e pediu uma ação urgente contra esta tecnologia "sem precedentes".

"É evidente que a IA terá um impacto em todos os aspectos da nossa vida", em especial a inteligência artificial generativa, criadora de imagens e textos, declarou Guterres na primeira reunião que o Conselho de Segurança abordou o tema.

"A IA generativa tem um enorme potencial para o bem e para o mal, em grande escala", destacou o secretário-geral.

Antonio Guterres fala ao microfone.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres - Brendan McDermid - 17.jul.23/Reuters

Embora essas tecnologias possam "eliminar a pobreza, lutar contra a fome, curar o câncer e potencializar as ações climáticas", "as utilizações militares e não militares da IA podem trazer consequências graves para a paz e segurança mundial", acrescentou.

Por isso, ele pediu para que seja estabelecido até o final de 2026 um instrumento vinculativo que proíba "sistemas autônomos de armas letais", capazes de funcionar sem supervisão humana, e que as pessoas que controlam as armas nucleares "nunca sejam removidas".

A Inteligência Artificial é cada vez mais utilizada em questões de segurança, inclusive pela ONU, que usa para "identificar padrões de violência, monitorar cessar-fogo" ou "fortalecer a manutenção da paz, a mediação e os esforços humanitários", lembrou Guterres. Essas tecnologias podem ter dois gumes, entretanto, porque "também podem ser utilizadas por pessoas mal-intencionadas".

"O uso malicioso de sistemas de inteligência artificial para fins terroristas, criminais ou estatais pode causar níveis horríveis de morte e destruição, trauma generalizado e profundos estragos psicológico em uma escala inimaginável".

"Os mecanismos para a governança da inteligência artificial" são extremamente necessários, afirmou o chefe da ONU, que vai pedir para um grupo de especialistas propostas de "opções" nesta área para o fim do ano.

Enquanto isso, Guterres reiterou seu apoio à criação de uma "entidade das Nações Unidas" para ajudar a otimizar os benefícios da Inteligência Artificial e reduzir os riscos, como a AEIA (Agência Internacional de Energia Atômica) ou o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas).

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