Amazon lança chatbot de inteligência artificial voltado para empresas

Amazon Q é criado para auxiliar empresas e não será voltado ao consumidor comum em um primeiro momento

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Karen Weise
Seattle (EUA) | The New York Times

A OpenAI tem o ChatGPT. O Google tem o chatbot Bard. A Microsoft tem o Copilots. Nessa terça-feira (28), a Amazon entrou na corrida dos chatbots e anunciou o seu assistente de inteligência artificial: o Amazon Q.

Desenvolvido pela divisão de computação em nuvem da Amazon, o recurso é focado em ambientes de trabalho e não é destinado a consumidores. O Amazon Q tem como objetivo ajudar os funcionários com tarefas diárias, como resumir documentos de estratégia, preencher dados internos e responder perguntas sobre políticas da empresa. Ele competirá com outros chatbots corporativos, incluindo o Copilot, o Duet AI do Google e o ChatGPT Enterprise.

Ilustração mostra robô em frente a painel com a frase "inteligência artificial"
Amazon Q é o chatbot da Amazon para entrar na corrida da inteligência artificial - Dado Ruvic/Reuters

"Acreditamos que o Q tem o potencial de se tornar um companheiro de trabalho para milhões e milhões de pessoas em sua vida profissional", disse Adam Selipsky, CEO da Amazon Web Services.

A empresa tem corrido para afastar a impressão de que está ficando para trás na competição de IA em um ano que a OpenAI lançou o ChatGPT, e big techs como Google e Microsoft entraram na disputa ao divulgar os seus próprios chatbots e investir pesadamente no desenvolvimento de IA.

A Amazon vinha sendo mais discreta sobre seus planos de IA até então. Em setembro, anunciou que investiria até US$ 4 bilhões na Anthropic, startup concorrente da OpenAI, e desenvolveria chips de computação avançados. A Amazon também deu início a uma plataforma que permite aos clientes ter acesso a diferentes sistemas de IA.

Como principal provedora de computação em nuvem, a Amazon tem clientes empresariais armazenando grandes quantidades de informações em seus servidores na nuvem. As empresas estavam interessadas em usar chatbots em seus ambientes de trabalho, disse Selipsky, mas queriam ter certeza de que os assistentes protegeriam os dados corporativos e manteriam suas informações privadas.

Muitas empresas "me disseram que proibiram esses assistentes de IA da empresa por causa das preocupações com segurança e privacidade", afirmou Selipsky.

Em resposta a essa solicitação, a Amazon construiu o Q para ser mais seguro e privado do que um chatbot para consumidores, disse o CEO.

O Amazon Q, por exemplo, pode ter as mesmas permissões de segurança que os clientes empresariais estabeleceram para seus usuários. Em uma empresa onde um funcionário de marketing pode não ter acesso a previsões financeiras confidenciais, o Q pode realizar essa operação sem fornecer esses dados financeiros quando solicitado.

As empresas também podem dar permissão ao Amazon Q para trabalhar com seus dados corporativos que não estão nos servidores da Amazon, como se conectar ao Slack e ao Gmail.

Ao contrário do ChatGPT e do Bard, o Amazon Q não é construído em um modelo de IA específico. Em vez disso, ele usa uma plataforma da Amazon conhecida como Bedrock, que conecta vários sistemas de inteligência artificial, incluindo o Titan da própria Amazon, bem como os desenvolvidos pela Anthropic e Meta.

O nome Q é um jogo com a palavra "question" (pergunta), dada a natureza do chatbot, afirmou Selipsky. Também é uma referência ao personagem Q da série de filmes de James Bond, que cria ferramentas furtivas e úteis, e a uma figura poderosa de "Star Trek".

O preço do Amazon Q começa em US$ 20 por usuário por mês. A Microsoft e o Google cobram US$ 30 por mês de cada usuário dos chatbots empresariais.

O Amazon Q foi um dos vários anúncios feitos pela empresa em sua conferência anual de computação em nuvem em Las Vegas. A empresa também anunciou a prorrogação da parceria com a Nvidia, o principal fornecedor de chips de IA, incluindo a construção do que as empresas chamaram de o supercomputador de IA mais rápido do mundo.

A maioria desses sistemas usa microprocessadores padrão junto com chips especializados da Nvidia chamados GPUs, ou unidades de processamento gráfico. Em vez disso, o sistema anunciado na terça-feira será construído com novos chips da Nvidia que incluem tecnologia de processador da Arm, a empresa cuja tecnologia alimenta a maioria dos telefones celulares.

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