Setor de alarmes residenciais cresce e adota inteligência artificial

Empresas de segurança eletrônica faturaram R$ 11 bilhões em 2022 e preveem crescimento de 19% em 2023

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São Paulo

O mercado imobiliário aquecido nas maiores capitais do país está movimentando o setor de alarmes e segurança eletrônica.

Segundo dados da pesquisa Panorama de Mercado, realizada pela Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança), o segmento cresceu 18% em 2022, com um faturamento de R$ 11 bilhões. As projeções são positivas para 2023, 2024 e 2025, com empresas planejando dobrar seu quadro de funcionários.

alarme branco com formato de lata de leite em pó instalado no alto do batente da porta
Zero Vision, da Verisure, um escudo de fumaça disparado pela central de monitoramento da empresa em caso de invasão ao imóvel - Divulgação/Verisure

Para Selma Migliori, presidente da Abese, a popularização dos equipamentos foi muito impactada pelo avanço tecnológico, que tornou a instalação mais fácil. Ela afirma que há uma demanda crescente por soluções que possam atuar de maneira proativa, com uso de tecnologias como a IA (Inteligência Artificial), a conexão 5G e as portarias remotas em condomínios.

Algumas seguradoras até oferecem descontos para residências equipadas com sistemas de alarme, o que incentiva os proprietários a investir em dispositivos.

Empresas do setor têm desenvolvido soluções integradas, incluindo câmeras, sensores de movimento, fechaduras inteligentes e outros dispositivos de segurança.

A Verisure quadruplicou seu portfólio de clientes nos últimos cinco anos. Tiago Perez Sarni, diretor de marketing de portfólio da empresa, diz que há opções mais completas, como elementos dissuasórios (placas de aviso, sirenes, fotodetectores de movimento, entre outros.

"Recentemente, lançamos em São Paulo e na região sul do país o kit com o ZeroVision, que é um escudo de fumaça disparado pela central de monitoramento e projetado para agir imediatamente em caso de invasão enquanto a polícia chega ao local", conta.

Sarni diz ainda que o cliente pode contratar câmeras dotadas de IA ——que distinguem pessoas de animais, detectores externos perimetrais, sensores magnéticos para portões de aço, botão SOS e detector de fumaça. O custo é determinado de acordo com as necessidades de cada imóvel e seus pontos vulneráveis.

Com forte presença no mercado brasileiro desde 1976, a Intelbras incorpora a IA em seus sistemas de segurança e integração com empresas de segurança eletrônica ou acompanhamento em tempo real via aplicativo. Há também reconhecimento facial.

"Temos o Novo Defense IA 3.0, software que gerencia de forma unificada equipamentos de segurança eletrônica e faz o monitoramento por vídeo de todo o sistema", afirma Tiago Andrade da Costa, gerente de segmento da Intelbras.

De acordo com a Abese, o setor de segurança eletrônica é composto por mais de 33,5 mil empresas que, juntas, respondem por cerca de um milhão de empregos diretos e mais de três milhões de empregos indiretos.

Esses números podem crescer com o Estatuto da Segurança Privada, em discussão no Senado. O Projeto de Lei pretende atualizar a legislação sobre os critérios de segurança privada no Brasil, reduzindo o índice de clandestinidade e de processos irregulares no setor de vigilância.

Se esse estatuto for aprovado, a Polícia Federal será o órgão controlador e fiscalizador de toda atividade de segurança privada no país, e haverá a formalização do monitoramento de sistemas eletrônicos em atividades de segurança privada.

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