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Google lança versão turbinada do Bard, rival do ChatGPT; veja vídeo

Disponível no Brasil, IA foi desenvolvida para interagir em texto, áudio, imagem e vídeo e se sai melhor do que ChatGPT em testes

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São Paulo

O Google lança nesta quarta-feira (6) uma nova versão do Bard, equipada com inteligência artificial que supera o ChatGPT gratuito em testes. A melhoria funciona, por enquanto, apenas para a versão em inglês do chatbot e está disponível em 170 países, incluindo o Brasil.

Em comunicado, o Google afirma que a tecnologia deve chegar a mais países e idiomas no "futuro próximo." As melhorias no Bard ficam disponíveis sem cobranças para os usuários.

A concorrente do Google no campo da inteligência artificial generativa, OpenAI, prioriza os assinantes do plano ChatGPT Plus, vendido por US$ 20 (cerca de R$ 99), na hora de oferecer melhorias no serviço. Não houve grandes mudanças na versão gratuita do chatbot desde o lançamento em 30 de novembro de 2022.

O novo modelo de linguagem, chamado de Gemini, foi treinado para interagir via texto, áudio e imagens de forma simultânea, segundo anúncio em coletiva promovida pelo Google. Como a tecnologia promete ler, escrever, ouvir, falar e enxergar, isso garantiria melhores resultados nas experiências que vão além do texto.

No caso da versão paga do ChatGPT, a OpenAI integra um modelo gerador de texto a partir de textos e imagens (GPT-4), um capaz de converter áudio em texto (Whisper) e um capaz de gerar imagens (Dall-E 2).

O Google desenvolveu três versões do Gemini: Ultra, o maior modelo; Nano, menor e com foco em smartphones; Pro, no meio do caminho.

Fica disponível no Bard, a partir desta quarta, apenas o Gemini Pro, que, segundo o Google, se sai melhor do que a versão gratuita do ChatGPT em desafios de raciocínio, linguagem, matemática, programação e conhecimentos em geral.

O Bard, entretanto, não é capaz de recuperar interações anteriores no diálogo mantido com o usuário, por um ajuste de privacidade. Isso diminui a capacidade da plataforma de IA de entender contextos. Por outro lado, o chatbot do Google entrega referências para seus textos, o que o ChatGPT não faz.

A princípio, a interação com o Bard continua restrita ao texto. No anúncio, porém, o Google apresentou, em vídeo, possibilidades de interação via áudio e imagens com o chatbot, que devem ficar disponíveis no futuro.

Mão segura um smartphone. A tela mostra uma conversa com Bard, a IA geradora de texto lançada pelo Google para competir com o ChatGPT. Ao fundo, está um logo da empresa.
O Google é uma das principais empresas do setor de inteligência artificial e tenta retomar destaque, após sucesso da OpenAI, criadora do ChatGPT. O gigante das buscas lançou a própria IA geradora de texto, Bard. - Getty Images

O modelo de inteligência artificial mais avançado do gigante das buscas, Gemini Ultra, deve chegar aos primeiros usuários no início de 2024 em um novo serviço: o Bard Advanced. O Google não informa se o serviço será pago como o ChatGPT Plus, apenas diz que abrirá inscrições para testadores "em breve."

A big tech afirma que o Gemini Ultra supera o modelo mais potente da OpenAI, GPT-4, em 30 de 32 testes realizados. Em coletiva, porta-vozes do Google afirmaram que o modelo de IA passa por testes e ajustes finais de segurança e confiabilidade antes de chegar ao público.

O Gemini Nano também chega aos usuários de Android nesta quarta, mas, a princípio, fica disponível aos donos de celulares Pixel Pro 8 —smartphone do Google não vendido no Brasil.

O Google diz que outras fabricantes de celular que adotam o sistema Android também poderão usar a tecnologia.

A inclusão de inteligência artificial generativa vai permitir novas funções de edição de imagens e vídeos, como gravar no escuro, recuperar fotos tremidas e consertar defeitos em fotos.

Em entrevista à newsletter Platformer, do podcaster do New York Times Casey Newton, o chefe-executivo do Google, Sundai Pichar, apresentou planos da empresa de usar as capacidades do Gemini no buscador mais popular da internet. "Eu considero o Gemini um modelo primordial —funcionará na base de todos os nossos produtos. A busca não é diferente."

O Google lançou no Brasil em novembro a experiência de busca generativa, em que usa IA generativa para entregar respostas geradas automaticamente aos usuários. Especialistas ouvidos pela Folha demonstraram preocupação com o risco da nova tecnologia diminuir o tráfego de portais de notícias e, em decorrência disso, dificultar o financiamento do jornalismo profissional.

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