Amazon vai investir em startups que combinam IA com robótica

Franziska Bossart, chefe do fundo de inovação de US$ 1 bilhão da empresa, promete aumentar acordos para automação

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Camilla Hodgson
San Francisco | Financial Times

O fundo de inovação industrial de US$ 1 bilhão da Amazon vai intensificar os investimentos em empresas que combinam inteligência artificial e robótica, enquanto busca melhorar a eficiência de toda sua rede logística.

Franziska Bossart, chefe do braço de capital de risco corporativo criado em 2022, disse ao Financial Times que "a IA generativa tem muito potencial para robótica e automação" e é uma área "que vamos focar este ano".

Ela acrescentou que o ritmo de investimento do fundo "com certeza" vai acelerar em 2024. Ele fez seu primeiro investimento em uma empresa de IA generativa no ano passado, cujos detalhes não foram divulgados.

Logo da Amazon - Gonzalo Fuentes - 15.jun.2023/Reuters

O fundo de inovação industrial da Amazon fez 12 investimentos no total, incluindo na Mantis Robotics, que está desenvolvendo um braço robótico que usa sensores para trabalhar ao lado de humanos.

A busca do fundo por novos investimentos em grupos de IA generativa ocorre à medida que as grandes empresas de tecnologia injetam bilhões no desenvolvimento da tecnologia, que pode produzir texto, imagens e código de programação semelhantes aos humanos em segundos.

A Microsoft se comprometeu a investir até US$ 13 bilhões na OpenAI, incorporando a tecnologia da dona do ChatGPT em seu pacote Office e no mecanismo de busca Bing.

Na segunda-feira (26), a Microsoft anunciou que fez um investimento na startup francesa de IA Mistral. Separadamente de seu fundo de inovação, a Amazon se comprometeu a investir até US$ 4 bilhões na startup de IA generativa Anthropic.

A Amazon já inovou em robótica antes: em 2022, a empresa disse ter investido mais de 400 milhões de euros em tecnologias que incluem robótica industrial e sistemas de classificação em seus armazéns europeus. A empresa implantou 750 mil robôs móveis em toda a sua rede de operações.

O fundo de inovação industrial busca investir em startups que possam apoiar os objetivos do grupo de se tornar "mais eficiente, mais seguro para nossos parceiros e aumentar a velocidade de entrega para nossos clientes", disse Bossart.

Ela disse que o fundo da Amazon ampliará seu foco este ano, incluindo a busca por investir em empresas envolvidas no "último quilômetro" das entregas, quando os pacotes chegam aos clientes, bem como em empresas em estágios mais avançados na logística.

No entanto, Bossart não disse quanto o fundo já investiu até agora, recusando-se a comentar a reportagem que afirma que investiu US$ 110 milhões até junho.

O foco na automação de depósitos e da logística não se trata de eliminar completamente as pessoas deles, mas resultará em uma "mudança nos empregos" à medida que mais robôs e veículos automatizados assumirem tarefas repetitivas ou perigosas, disse.

"Também estamos longe de substituir todos os humanos", acrescentou.

Embora o impulso da Amazon para usar IA para aumentar a automação possa levantar preocupações entre os milhares de entregadores e trabalhadores de galpões da empresa em todo o mundo, a declaração de que seu braço de investimento injetará mais capital este ano pode animar as startups de tecnologia.

Os capitalistas de risco resistiram a novas apostas em empresas iniciantes durante uma recente desaceleração tecnológica e, em vez disso, concentraram-se em sustentar empresas existentes em seus portfólios ou em grupos que podem demonstrar lucratividade.

O desejo da Amazon por maior automação e eficiência em sua cadeia de suprimentos também faz parte de uma estratégia mais ampla para aumentar as margens de lucro após um período de pesados investimentos na rede logística durante a pandemia.

Um esforço recente para "regionalizar" a rede dos EUA significou que os produtos poderiam ser armazenados mais perto dos clientes, tornando as entregas mais rápidas e baratas, disse a Amazon em fevereiro.

Mas ainda há áreas "onde acreditamos que podemos reduzir custos e, ao mesmo tempo, entregar mais rapidamente para os clientes", disse o CEO Andy Jassy.

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