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Jogos 'velhos' continuam em alta e transformam mercado de games

Levantamento aponta que títulos mais populares para PC e consoles foram lançados há mais de 6 anos

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São Paulo

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A indústria de games passa por um momento inusitado. Investimentos milionários são anunciados em meio a grandes lançamentos, que se tornam sucesso de público e crítica. Ainda assim, as empresas passam por ondas de demissões, estúdios são fechados e projetos cancelados.

Em relatório sobre o mercado de consoles e PCs publicado no último dia 2, a consultoria Newzoo mostra alguns dados que ajudam a explicar esse fenômeno.

Lançado há quase sete anos, 'Fortnite' ainda é o título mais jogado em todos os principais consoles e em PCs
Lançado há quase sete anos, 'Fortnite' ainda é o título mais jogado em todos os principais consoles e em PCs - Lionel Bonaventure - 18.fev.19/AFP

Retração pós-pandemia

Com boa parte do mundo preso em casa, a pandemia de Covid-19 resultou em um crescimento repentino no tempo que as pessoas gastam com videogames. Desde então, porém, essa realidade vem mudando. Segundo a Newzoo, as pessoas estão jogando games 26% menos em comparação ao primeiro trimestre de 2021.

Segundo a consultoria, essa tendência deve continuar em 2024, especialmente devido à previsão de um catálogo de lançamentos mais enxuto para este ano em comparação a 2023.

Games antigos ainda na moda

Apesar da maioria dos estúdios gastarem mais tempo e recursos em novos lançamentos, nem sempre são esses os títulos que mais atraem os consumidores. Em 2023, os jogadores passaram mais de 60% do tempo jogando games lançados há mais de seis anos.

Em 2022, os jogadores gastaram em média 57% do tempo com jogos de mais de 6 anos e em 2021, 45%. "É uma grande mudança", afirmou Rob Fahey, editor do site GamesIndustry.biz em sua coluna. "Por décadas, essa foi uma indústria impulsionada quase exclusivamente pela novidade".

Domínio dos "jogos como serviço"

Essa tendência é resultado principalmente do sucesso de títulos com característica de "jogos como serviço". Lançados há mais de seis anos, "Fortnite", "Roblox", "League of Legends", "Minecraft" e "GTA V" capturaram 27% do tempo de jogo dos gamers em 2023.

O número é superior aos 23% de tempo dedicado aos mais de 1.400 jogos lançados há menos de três anos. Número que cai vertiginosamente para 8% se forem desconsiderados títulos de franquias com lançamentos anuais, como "Call of Duty" e "Fifa".

Concentração de renda

Esse cenário faz com que os recursos que os jogadores gastam com games sejam concentrados em alguns poucos jogos. Segundo a pesquisa, apenas 43 títulos captaram 90% dos recursos despendidos com novos games em 2023. Os 10% restantes foram divididos entre mais de 1.400 lançamentos.

Ou seja, mesmo com um crescimento de 2,6% no mercado mundial de games para PCs e consoles em 2023, pouquíssimos desenvolvedores viram seus jogos se saírem bem.

Cenário hostil

Os números desenham um cenário hostil para quem deseja entrar no mercado de games. Muitos investidores e empresas que se animaram com os bons resultados do setor durante a pandemia estão passando agora por um choque de realidade, resultando em demissões e desinvestimento.

Mesmo empresas longevas no setor têm dificuldade de se adaptar às mudanças na forma como as pessoas estão consumindo seus produtos.

"[Essa nova realidade] cria a necessidade de alguns executivos se acalmarem e se acostumarem com a ideia de que seus produtos estarão no mundo, sendo apreciados, e não lhe rendendo um centavo, porque você já teve seus centavos com aquela venda", afirma Fahey.

O mercado de games é grande e continua a crescer, mas está cada vez mais difícil se destacar nele.


Play

dica de game, novo ou antigo, para você testar

Balatro

(PC, Switch, PS 4/5 e Xbox One/X/S)

Criado pelo desenvolvedor solo canadense LocalThunk, "Balatro" mistura pôquer com elementos de roguelike para criar um jogo viciante. Nele, a cada rodada, o jogador precisa formar uma mão de pôquer para alcançar a pontuação estabelecida na fase. Ao longo de cada sessão, é possível melhorar suas cartas com poderes especiais e comprar coringas, que dão diversas vantagens e podem interagir entre si, criando combos poderosos. Se não conseguir o objetivo, o jogador perde todas as novas cartas e precisa recomeçar o loop do zero, mas com novas cartas desbloqueadas para a próxima tentativa.

Imagem do jogo 'Balatro'
Imagem do jogo 'Balatro' - Divulgação

Update

novidades, lançamentos, negócios e o que mais importa

  • O chefe do Roblox Studios, Stefano Corazza, respondeu em entrevista ao site Eurogamer às acusações de que a plataforma explora trabalho infantil por reter parte dos recursos que crianças ganham quando criam jogos na plataforma. Para ele, "adolescentes de 15 anos que vivem em favelas na Indonésia" não veem como exploração poder criar algo e se sustentar com isso, mas como "um presente".
  • Após a publicação da entrevista, a empresa mandou uma nota para a publicação defendendo que o "Roblox" é uma ferramenta educacional e que a grande maioria dos criadores de conteúdo da plataforma são maiores de idade.
  • A Apple mudou as regras de sua loja virtual e passará a permitir a disponibilização de emuladores de videogames retrô na App Store. Segundo as novas regras, os desenvolvedores desses programas serão responsáveis por se certificar de que seus programas não violam a legislação.
  • O game brasileiro "Wonderbox" não é mais jogável desde o último dia 4. O fim do suporte ao jogo foi anunciado menos de uma semana antes, em 28 de março. O título foi desenvolvido pela Aquiris, hoje Epic Games Brasil, estúdio que desde a compra pela empresa americana passou a se dedicar exclusivamente a games no "Fortnite".
  • O youtuber Ross Scott iniciou uma campanha intitulada "Pare de Matar Jogos" após a Ubisoft desligar os servidores do game de corrida "The Crew", tornando o título injogável. A campanha pede que governos tomem providências para evitar que jogos "live service" fiquem inacessíveis para seus compradores.
  • A Take-Two (publisher de "GTA V") adquiriu a Gearbox (desenvolvedora da série "Borderlands") por US$ 460 milhões (R$ 2,3 bilhões). A empresa pertencia ao Embracer Group e sua venda faz parte do processo de reestruturação pelo qual o grupo passa.
  • Após a venda, o CEO da Embracer, Lars Wingefors, afirmou em reunião com investidores que a reestruturação da empresa acabou. Ao longo do processo a empresa cortou 1.400 postos de trabalho e fechou três estúdios, além de vender a Gearbox e a Saber Interactive (de "World War Z").
  • Imagens de um novo jogo multiplayer do Sonic vazaram na internet. Com o título "Sonic Toys Party", o novo game seria um "battle royale" ao estilo de "Fall Guys" para dispositivos móveis com lançamento previsto para o meio do ano.

Download

games que serão lançados nos próximos dias e promoções que valem a pena

11.abr

"Let's! Revolution!": R$ 59,99 (Switch), R$ 74,95 (Xbox One/X/S), preço não disponível (PS 4/5)

"Slave Zero X": R$ 92,45 (Switch)

16.abr

"Grounded": R$ 159,20 (Switch), R$ 214,90 (PS 4/5)

"Harold Halibut"*: preço não disponível (PC, PS 5, Xbox X/S)

"Planet of Lana": R$ 64,50 (PS 4/5), R$ 67,45 (Switch)

*Disponível no Xbox Game Pass

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