A Prefeitura de Joinville retomou obras com uma construtora investigada pelo Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina (MPT-SC).
O trabalho fora paralisado em março após denúncia feita em fevereiro por Jane Becker, presidente do Sinsej, sindicato dos servidores municipais. Segundo ela, funcionários eram explorados pela construtora da obra de ampliação do centro de bem-estar animal da cidade. O processo corre em segredo de Justiça.
De acordo com Becker, funcionários eram levados à obra em caminhão-baú. "Um servidor mandou vídeo de pessoas caindo do baú. Uma caixa metálica, fechada, insegura e sob altas temperaturas. Fomos averiguar. Trabalhadores contaram que eram transportados por longas distâncias."
Segundo a sindicalista, os homens trabalhavam sem equipamento de proteção a alturas de até três metros. ‘‘No almoço, comiam sentados no chão do canil’’, afirmou.
A Folha buscou contato com a Construtora Azulmax. Na quinta (22), Celso dos Santos Cordeiro, proprietário, disse não saber do caso e se recusou a falar por telefone. No dia seguinte, uma pessoa que se identificou como Pablo e advogado da Azulmax, ligou para a reportagem negando as acusações. Pediu que sua versão não fosse publicada e disse que processaria a reportagem a depender do conteúdo.
Já a Prefeitura de Joinville afirmou, em nota à Folha, que questionou a empresa e parou a obra em 1º de março, até receber esclarecimentos. A obra foi retomada em 29 de março, após envio de documentos e criação de plano de trabalho pela construtora.
A prefeitura informou que se preocupa com segurança e integridade dos trabalhadores e que obras e questões trabalhistas são acompanhados por comissão fiscalizadora.
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