Descrição de chapéu Deutsche Welle

Dicas de turismo na Floresta Negra, que dá nome ao famoso bolo

Também conhecida pelos relógios cuco, região é um dos principais destinos da Alemanha

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

DW

Localizada no estado alemão de Baden-Württemberg, a Floresta Negra (Schwarzwald) é uma cadeia montanhosa de baixa altitude coberta em grande parte por densa vegetação no sudoeste da Alemanha.

A região ganhou fama como terra dos relógios cuco, da torta de chocolate, cereja e chantilly que leva seu nome e por servir de cenário para contos de fadas como Chapeuzinho Vermelho e João e Maria.

Vinhedo na Floresta Negra, na Alemanha
Vinhedo na Floresta Negra, na Alemanha - D. Schoenen/ ImageBroker/Picture-Alliance

Essa região de vales, florestas, cidades históricas e montanhas se estende por cerca de 200 quilômetros de norte a sul e 50 quilômetros de leste a oeste. Os romanos a chamavam de "silva nigra" ou Floresta Negra devido à penumbra em sua densa vegetação. Assentamentos só existiam em suas margens e, somente na Idade Média, ela passou a ser lentamente habitada.

Assim como o resto da Europa, a Floresta Negra perdeu quase toda a sua vegetação ao longo dos séculos, sendo a madeira destinada à construção em geral, calefação e fabricação de navios. Com o desmatamento, vieram também erosão e enchentes. O reflorestamento com árvores coníferas (abetos), a partir do século 19, tornou a floresta ainda mais escura, mas hoje a região também tem árvores de folhas caducas.

Essa faixa montanhosa próxima da Suíça e da França abriga as nascentes do rio Danúbio e picos de até 1.500 metros de altitude, como o Feldberg, perto de Freiburg, principal cidade da região, além de Baden-Baden, Offenburg e Freudenstadt. Mas é no interior que se nota a singularidade da Floresta Negra. Vilarejos como St. Peter ou Nagold remontam ao século 10. Ao longo do tempo, surgiu uma mistura muito charmosa de edifícios em enxaimel, igrejas barrocas, casas, praças e jardins.

Há muito que a produção de relógios de madeira foi substituída pelo turismo como uma das principais atividades econômicas da região. Somente no primeiro trimestre de 2018, a Floresta Negra registrou mais de 1,5 milhão de visitantes. E há muitas formas de conhecer esta que é uma das principais rotas turísticas da Alemanha.

Basicamente, a região pode ser dividida em três áreas –norte, centro e sul (Nordschwarzwald, Mittlerer Schwarzwald e Südschwarzwald). No norte, muitos iniciam seu passeio pelo balneário histórico de Baden-Baden, com suas termas, spas, seu famoso cassino e a elegante alameda Lichtentaler Allee, símbolo da aristocracia europeia que costumava passar o verão na cidade de Baden-Württemberg.

Os primeiros 60 quilômetros da estrada B 500, conhecida como Schwarzwaldhochstrasse, interliga Baden-Baden à cidade de Freudenstadt. Para muitos, esse trecho forma a rota panorâmica mais bonita da Floresta Negra. Planejada desde o início da década de 1930, ela atravessa a floresta de norte a sul numa altitude de 600 e 1.000 metros, oferecendo uma bela visão sobre os vales da Schwarzwald e do Reno até as montanhas Vosges, na vizinha França.

Entre as atrações do percurso que serpenteia as montanhas cobertas de pinheiros estão o pico Hornisgrinde e, pouco depois, o idílico lago Murmelsee, situado a 988 metros de altitude. Inaugurado em 2014, boa parte do Parque Nacional da Floresta Negra (Nationalpark Schwarzwald) se estende ao longo da Schwarzwaldhochstrasse. No inverno, a estrada é bastante utilizada por praticantes de esporte de neve e caminhadas, pois dá acesso a diversos teleféricos e trilhas.

Como a maioria das atrações se encontra na parte sul da Floresta Negra, Freiburg im Breisgau, cidade universitária com 900 anos de história e 230 mil habitantes, é uma boa base para um tour pela região dos relógios cuco, dos chapéus Bollenhut e do presunto Schwarzwälder Schinken. Conhecida como cidade ecológica da Alemanha, Freiburg também atrai com suas construções históricas e natureza.

É possível explorar a Floresta Negra de trem ou ônibus. Fique atento para as diversas ofertas de tíquetes regionais que valem para um dia todo e saem mais em conta. No entanto, a melhor forma ainda é de carro, que pode ser alugado, por exemplo, em Freiburg. De lá, siga para vilarejos incríveis como St. Peter ou para o museu ao ar livre Vogtsbauernhöfe, onde você pode conhecer "ao vivo" a história da região.

Em Triberg, além das cascatas mais altas da Alemanha, você vai observar o maior relógio cuco do mundo no parque de relógios Eble Uhrenpark. Muitas das cidades da região possuem o sufixo "ach" ou "bach", que significa riacho, córrego. Consta que foi no pequeno vilarejo de Gutach que surgiu o chapéu de bolas de lã Bollenhut, um dos símbolos da Floresta Negra.

Em qualquer uma das cidades e vilarejos visitados, você pode apreciar o famoso bolo Floresta negra (Schwarzwälderkirschtorte). Diz-se que a torta com cerejas, chantilly, raspas de chocolate, aguardente de cereja e a respectiva massa de bolo foi criada pelo confeiteiro Josef Keller, em 1915, inspirando-se nos trajes femininos da região. Isso aconteceu, porém, num café em Bonn, a centenas de quilômetros da região dos relógios cuco e dos chapéus Bollenhut.

A Floresta Negra se localiza bem próximo da Alsácia francesa. Ali, vilarejos encantadores esperam o visitante com uma culinária incrível e vinhos únicos. A Suíça também se encontra a somente uma hora de Freiburg. Indo em direção ao Lago Constança, você pode conhecer diversas cidades, fazer um passeio de barco ou visitar a ilha Mainau, também chamada de Ilha das Flores.

Outro passeio incrível é andar com o Schwarzwaldbahn (Trem da Floresta Negra). Também não se esqueça de que há várias montanhas a visitar na região, um paraíso tanto para praticantes de caminhadas no verão quanto para os entusiastas de esportes de neve no inverno.

Um segundo trecho da B 500 atravessa o sul da Floresta Negra, de Triberg, famosa por suas cascatas, passando por Furtwangen, a cidade dos relógios, até Waldshut, na fronteira com a Suíça.

Mas para quem utiliza Baden-Baden como base e pretende conhecer somente a parte norte da Floresta Negra pode retornar de Freudenstadt por estradas vicinais, passando por vilarejos idílicos com seus pitorescos edifícios em enxaimel, como Forbach ou Nagold, mas também Aach, Oppenaue Dornstetten. Vale a pena conhecer também Pforzheim, conhecida como a cidade do ouro (Goldstadt), porque foi por muito tempo o centro da indústria de ourivesaria na Alemanha.

Além da Rota Cênica pela B 500, há a Rota Alemã dos relógios (Deutsche Uhrenstrasse), que leva o visitante a polos históricos de produção de relógios entre os séculos 18 e 20, no centro e sul da Floresta Negra. Com cerca de 320 quilômetros de extensão, a rota passa por cidades como Triberg ou Furtwangen, onde o Museu Alemão do Relógio (Deutsches Uhrmuseum) conta mais de 150 anos de história da relojoaria na região.

E, para os enólogos e amantes da boa mesa, a Rota dos Vinhos de Baden (Badische Weinstrasse), na parte oeste da Floresta Negra, alia paisagens deslumbrantes à viticultura e gastronomia da região de Baden, passando, por exemplo, em cidades históricas cercada de vinhedos como Lahr. Basta seguir as placas com os pictogramas de cachos de uvas.

Melhor época para visitar a Floresta Negra

Na Floresta Negra, a média de temperatura varia conforme a altitude. Enquanto em regiões mais baixas, como Ortenau e Markgräflelandse registram as médias mais elevadas de temperatura da Alemanha, nas partes mais altas o clima é bem mais frio.

Os meses mais quentes são julho e agosto. Em Freiburg, no verão, as temperaturas ultrapassam regularmente 25°C durante o dia, enquanto no Feldberg, o pico mais alto da região com 1.493 metros, elas não passam dos 12°C.

No inverno, as temperaturas nas partes mais altas da montanha atingem em média 2°C negativos, enquanto nas partes mais baixas ao longo do Reno, as temperaturas caem dificilmente abaixo de 0°C. Geralmente, os invernos são moderados e com neve.

A Floresta Negra pode ser visitada o ano todo, pois cada estação tem a sua peculiaridade. A primavera europeia, no início do ano, é uma época ótima para ver o colorido das flores e árvores em regiões vinícolas como Kaiserstuhl, Tuniberg e Markgräferland. Já uma visita às montanhas e lagos ajuda a escapar das elevadas temperaturas do alto verão em meados do ano.

O princípio do outono, entre setembro e outubro, é a melhor época para caminhadas e passeios de bicicleta. O colorido das árvores de folhas caducas entre os pinheiros escuros dá ainda mais beleza à estação. Esse também é o período da colheita e festas da uva nas áreas de viticultura da Floresta Negra.

Além da magia natalina, o inverno é a estação de esportes como esqui e snowboard. Nos últimos anos, no entanto, o período de neve tem chegado um pouco mais tarde, estendendo-se de janeiro a abril. Assim como no verão, o inverno é também uma época ótima para visitar a Floresta Negra com crianças. A diferença é que, nos meses mais quentes, o período de férias é bastante disputado por locais e turistas.

Onde se hospedar

Com cerca de 300 cidades e vilarejos históricos, não faltam opções de hospedagem na Floresta Negra.

Dependendo da preferência e dos passeios, às vezes, vale mais a pena se hospedar em cidades maiores, como Freiburg, Baden-Baden ou Offenburg, com mais opções gastronômicas, noturnas e principalmente de transporte, caso se pretenda explorar a região com o trem ou ônibus.

Mas também não faltam opções para quem quiser pernoitar em cidades menores e vilarejos típicos. Com suas casas em enxaimel, Schiltach e Gegenbach têm tudo que se espera da Floresta Negra. Hornberg é uma ótima opção para explorar a região com o Schwarzwaldbahn (Trem da Floresta Negra). Perto de Freiburg, Staufen oferece várias opções de passeio e hospedagem.

Há também diversos albergues e apartamentos para alugar nos vilarejos à beira dos lagos, como Titisee-Neustadt, ou nas estações de esqui durante o inverno. A escolha é do visitante.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.