A um ângulo de quase 70º, o buggy desce a toda velocidade um paredão de areia de mais de 10 metros de altura. O viajante, sentado na parte externa do veículo, segura com força nas estruturas laterais.
O cenário é rodeado por dunas de areia branca, falésias avermelhadas de até 30 metros, carnaúbas —árvore símbolo do Ceará—, o rio Jaguaribe e o oceano Atlântico.
Esse é o espírito em Canoa Quebrada, bairro mais famoso de Aracati, cidade a 150 km de Fortaleza. O local recebe 50 mil turistas por ano e quer ampliar esse índice em 20% em 2019, segundo a Secretaria Municipal de Turismo.
A expectativa é baseada no início de voos regulares para Aracati operados pela Azul desde fevereiro, com saída do Recife às terças, às quintas e aos domingos. Embora pare em Mossoró (RN), pode ser mais econômico —em tempo e dinheiro— do que ir a Fortaleza e pegar um transfer.
Outro desejo de Canoa Quebrada é ser menos um destino de day-use, e sim um para aproveitar com calma.
O melhor do lugar está na natureza. O passeio de jangada é um ótimo jeito de começar o dia. As ondas molham os viajantes, sentados enfileirados, enquanto o jangadeiro avança em alto-mar.
Há uma pausa para o mergulho na calmaria do oceano antes de retornar à terra.
Andar de buggy ou quadriciclo é uma das principais formas de deslocamento nas montanhas de areia. As surpresas pelo caminho proporcionam momentos de verdadeira euforia, como a vista da Duna do Pôr do Sol, o melhor lugar para contemplar o adeus ao dia em Canoa.
Lá de cima é possível observar grandes piscinões de água. São os viveiros de camarões —a região é uma das maiores produtoras do crustáceo no Brasil. (Dica para quem for de avião: vá na janelinha, a vista dos retângulos de água é surpreendente.)
A lagoa do restaurante Paraíso Arriégua é um oásis no meio do nada. O viajante se acomoda em uma rede armada dentro da água, vê peixes nadando sobre seu corpo e não pensa mais em nada.
Não é preciso muito esforço para aumentar o nível de adrenalina na corrente sanguínea. Basta brincar na maior tirolesa entre dunas do Ceará: são 300 metros de descida, que termina com a água da lagoa batendo no bumbum.
A emoção não está suficiente? Experimente o voo de parapente que sai das falésias, embora a decolagem dependa de condições atmosféricas.
Na parte mais urbana, sinta-se em Fortaleza nas barracas de Canoa Quebrada —Chega Mais, Antônio Coco e da Lua. A estrutura é similar à da capital: capacidade para centenas de pessoas, sombra de coqueiros, porções fartas, cerveja e piscinas.
A Broadway, principal via local, é o lugar para encerrar a noite. O risoto de camarão do Café Habana vem no ponto certo, enquanto no Pátio Grill o carro-chefe é o frango assado, bom para variar o cardápio de frutos do mar.
Não vá embora de Canoa sem comer o peixe à delícia cearense: pescado amarelo com molho de camarão, legumes, pirão, arroz branco e ovo cozido —o modo de preparo pode variar um pouco dependendo do estabelecimento.
Depois de matar a fome, vá ao bar Caverna, onde músicas de reggae e reggaeton tocam até altas horas e há pista de dança.
Na porta do local, mulheres de todas as idades esperam pelo convite para dançar, o primeiro passo do xaveco por ali.
No dia seguinte, depois da ressaca, a boa é ir ao centro de Aracati andar pelas ruazinhas históricas e conhecer o recém-inaugurado Teatro Francisca Clotilde.
Na região, ainda há muito o que fazer, como passear de barco no rio Jaguaribe, com saída de Fortim, e conhecer outras praias, como Morro Branco e das Fontes, em Beberibe. Todas elas com o mesmo passeio de buggy e o ventinho na cara.
O jornalista viajou a convite da Azul
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