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Vai para França? Veja se é possível viajar mesmo com greves e protestos

Entidades do setor hoteleiro do país afirmam que 20% de suas reservas para abril foram canceladas em meio às tensões

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Manifestantes fazem protesto na frente do Museu do Louvre, em Paris

Manifestantes fazem protesto na frente do Museu do Louvre, em Paris Christophe Archambault/AFP

São Paulo

Protestos contra a reforma da Previdência afetaram a infraestrutura turística da França. Nesta semana, atos contra a lei aprovada pelo presidente Emmanuel Macron no dia 16 de março paralisaram serviços de transporte e limpeza, além de museus como o Louvre, e até mesmo a Torre Eiffel, em Paris.

Com as manifestações, turistas se questionam se devem ou não adiar a visita à região que, só em 2022, recebeu cerca de 44 milhões de viajantes.

Entidades do setor hoteleiro do país afirmam que 20% de suas reservas para o mês de abril foram canceladas em meio às tensões, embora a Atout France, agência francesa para o desenvolvimento do turismo, informe que "as manifestações não tiveram nenhum impacto no turismo para o pais".

Voos também foram afetados pela greve. Segundo a Autoridade Francesa de Aviação Civil, companhias aéreas devem reduzir o número de voos com origem ou destino no Aeroporto de Paris-Orly entre 24 a 31 de março. A medida pode causar atrasos e cancelamentos de última hora.

Veja a seguir recomendações sobre o que fazer para remarcar a viagem, dicas de como lidar com os protestos e o que é possível ver em Paris.

É seguro viajar?

Sim, mas alguns países recomendam que turistas tenham cuidado. Austrália, Canadá e Estados Unidos, por exemplo, já emitiram avisos de "increased caution" (aumento de cautela) para viajantes que estão indo à França nos próximos dias.

Segundo o alerta, que atingiu o nível dois em uma escala de risco com quatro gradações, as manifestações contra o governo francês podem resultar em incêndios, interrupção do serviço de transportes públicos e estradas.

Em Paris, Bordeaux, Lille, Lyon e Rennes, cidades mais populosas, podem ocorrer atritos com a polícia, ocasionando episódios de repressão com jatos de água e gás lacrimogêneo. Em regiões rurais do interior, a previsão é que haja maior tranquilidade.

Como lidar com os protestos?

De acordo com diretrizes internacionais, turistas devem evitar áreas em que ocorrem os protestos. As informações sobre áreas fechadas podem ser encontradas em sites de notícias ou em anúncios de autoridades locais.

Se encontrar manifestações nas ruas, o viajante precisa manter a calma. Além disso, deve buscar, aos poucos, se afastar da multidão. Se estiver fora do hotel ou do alojamento é importante conhecer o nome do local ao qual está indo e como voltar. Para evitar preocupações, avise amigos e familiares sobre a localização.

Aplicativos de transporte que anunciam quando trens, metrô ou ônibus estão funcionando devem ser checados antes de sair. Muitas linhas têm parado durante a greve geral. Vale lembrar também que, em Paris, embora os coletores de lixo tenham encerrado sua paralisação, há pilhas de entulho nas ruas.

Manifestantes fazem protesto em frente ao Museu do Louvre, em Paris
Manifestantes fazem protesto em frente ao Museu do Louvre, em Paris - Christophe Archambault/AFP

Pontos turísticos estão funcionando?

Locais famosos fecharam em determinados momentos devido à greve. A Torre Eiffel, por exemplo, foi tomada por manifestantes nesta terça-feira (28). Ainda não se sabe por quanto tempo ficará fechada.

Na segunda-feira (27), o Louvre —famoso museu que abriga a "Mona Lisa"— fechou as portas devido à adesão dos servidores à paralisação geral contra a reforma da Previdência. O museu já havia atrasado em uma hora seu cronograma de funcionamento em razão dos protestos na capital na quinta-feira (23).

O Palácio de Versalhes, que foi uma das residências da família real francesa, a Praça da República e a Praça da Nação também foram palco de manifestações em março.

O que é possível visitar?

Segundo Sammya Cury, brasileira que trabalha como guia em Paris, o fechamento de ruas ou de locais turísticos alterou alguns roteiros que ela oferece aos viajantes. "Mas a cidade oferece muitas opções", afirma.

Em vez do Louvre, que fechou na segunda-feira, ela diz que levou um grupo de turistas para um passeio em Montmartre, região turística conhecida como bairro dos pintores. O mesmo aconteceu com um roteiro no Palácio de Versalhes: a guia preferiu conduzir os visitantes à Catedral de Notre-Dame de Chartres, a cem quilômetros de Paris.

"Turistas não precisam cancelar a viagem por causa dos protestos ou do lixo na capital", diz Cury. "Basta evitar as ruas e os locais em que acontecem os protestos".

Casal posa para fotos tendo a Torre Eiffel aos fundos e próximos de lixo empilhado nas ruas durante protestos em Paris
Casal posa para fotos tendo a Torre Eiffel aos fundos e próximos de lixo empilhado nas ruas durante protestos em Paris - Nacho Doce/Reuters

Meu voo pode ser cancelado?

A Autoridade Francesa de Aviação Civil solicitou a todas as companhias aéreas que reduzam voos que saiam ou que cheguem no aeroporto de Paris-Orly durante o período que vai de 24 a 31 de março. Por isso, atrasos e cancelamentos de última hora não podem ser descartados.

A operação da Air France no Brasil, com voos apenas para o aeroporto Charles de Gaulle, não deve ser afetada. Já Latam e Iberia, companhias aéreas que fazem o trecho afetado pela diminuição de voos, podem ter cancelamentos.

O que fazer caso o voo seja cancelado?

A Air France afirma que clientes afetados por voos cancelados serão notificados. Eles podem escolher também adiar o voo sem custos. Segundo a empresa, ainda há a possibilidade de solicitar voucher ou reembolso integral da passagem, que pode ser pedido no site da companhia.

Quem tem voo pela Latam pode pedir o reembolso total da passagem se o requerimento for feito em até 24 horas após a compra e se a passagem foi adquirida ao menos sete dias antes do voo, conforme prescrevem as regras da Anac para todas as companhias aéreas e para situações diversas. Outros reembolsos ou remarcações dependem do tipo de tarifa da passagem comprada, informação que pode ser encontrada ao se logar no site da empresa.

A empresa informa que suas operações entre São Paulo e Paris "seguem normalmente até o momento e que por esse motivo, caso o passageiro queira mudar a data ou cancelar a sua viagem, a remarcação seguirá as regras da tarifa contratada".

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