Descrição de chapéu Eleições 2022

Jornalistas da Folha debatem papel da mulher nas eleições e no conservadorismo

Repórteres discutiram crescimento tímido da representação feminina no Congresso

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São Paulo

Na segunda live eleitoral promovida pela TV Folha neste segundo turno, jornalistas da Folha debateram a participação feminina na política e o papel das mulheres nos movimentos conservadores que puxam votos no presidente Jair Bolsonaro.

damares alves
A senadora eleita Damares Alves, ex-ministra do governo Bolsonaro - Reuters

A repórter Angela Boldrini, apresentadora do podcast Sufrágio, apontou que o aumento da participação das mulheres no Congresso foi frustrante para as especialistas que estudam o tema. "Se seguirmos nesse ritmo demoraríamos mais de meio século para alcançar a paridade de gênero."

"Elegemos apenas quatro senadoras e devemos perder duas, que saem de seus cargos com o fim do mandato. Na Câmara, houve aumento expressivo em 2018, puxado por uma bancada conservadora e pela semente de Marielle, e achávamos que ia vir num embalo. Mas a proporção aumentou só para 18% em 2022."

Segundo ela, a lei que estabelece cotas femininas, da maneira como é feita hoje, não garante o avanço da fatia de mulheres no Parlamento. A repórter especial Catia Seabra apontou que "manobras sempre vão existir para viciar o cálculo favorecendo os homens".

"Como os partidos são controlados por homens, eles usam de artifícios para evitar que o dinheiro caia na conta das candidatas. Eles pegam e botam mulher de vice para cumprir a cota. Ciro Gomes facilitou sua vida assim, tendo uma vice mulher e negra. Não é uma distribuição que precisa ser igualitária entre as candidaturas ao Congresso."

Seabra adicionou ainda que mesmo o eventual aumento da bancada feminina não significa que as mulheres vão ter poder efetivo dentro do Congresso. "Elas hoje são 15% do Congresso e têm 10% das vagas no colégio de líderes, em geral como vices. E é esse colégio que designa cargos e distribui poder."

A editora do FolhaSocial+, Eliane Trindade, trouxe a discussão sobre o voto das mulheres conservadoras, lembrando que a campanha bolsonarista no segundo turno foi muito focada na primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e na ex-ministra Damares Alves, senadora eleita no último pleito.

"A Michelle é o bolsonarismo palatável para a mulher, ela fala a língua delas nas igrejas. E isso foi usado de forma muito inteligente pela campanha, levando as duas em tour pelo país, em igrejas lotadas por público majoritariamente feminino."

Boldrini apontou que o voto da mulher evangélica, na verdade, é um mosaico de alguns aspectos. "As mulheres são maioria entre os evangélicos e também entre os mais pobres. Há uma disputa, digamos, entre qual desses votos vai vencer, porque um tem tendência maior de votar no ex-presidente Lula e outro no presidente Bolsonaro."

A TV Folha realiza neste domingo, até as 21h50, uma programação especial ao vivo sobre as eleições 2022. Jornalistas e colunistas da Folha vão comentar o resultado das urnas, debater economia e a imagem do Brasil no exterior.

Todos os vídeos serão transmitidos pelo canal da Folha no YouTube (www.youtube.com/folha).

VEJA AS PRÓXIMAS LIVES DA TV FOLHA NESTE DIA DE SEGUNDO TURNO

19h - Como o mundo vê o Brasil com Lula e com Bolsonaro

Patrícia Campos Mello, repórter especial da Folha

Denise Mota, colunista da Folha

Giuliana Miranda, correspondente em Lisboa

Amâncio de Oliveira, professor do Instituto de Relações Internacionais da USP

20h - A crise econômica e o aumento da desigualdade

Patrícia Campos Mello, repórter especial da Folha

Michael França, colunista da Folha

Muniz Sodré, colunista da Folha

Alexa Salomão, repórter especial da Folha

21h - O novo Congresso e a governabilidade possível

Fernando Canzian, repórter especial da Folha

Ranier Bragon, repórter da Folha em Brasília

Vinicius Mota, secretário de Redação da Folha

Mônica Bergamo, colunista da Folha

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