Um burburinho circula há anos no mundinho da arte de São Paulo sobre uma escola de arte: na verdade era uma seita. Quem passou por lá ficou com o nome marcado para sempre, conta o jornalista Chico Felitti, autor do podcast o Ateliê.

Cansadas de terem seus nomes associados à tal escola, as vítimas toparam conversar com Felitti sobre os abusos sofridos.

"Eles [vítimas] me diziam: 'Vamos esclarecer isso de uma vez'", conta o jornalista. Segundo ele, os ex-alunos do ateliê diziam que era comum que, ao chegarem numa galeria por exemplo, em vez de serem perguntados sobre suas obras, ouviam: "você é da seita da calcinha?".

"Tinha esse apelido. Uma das regras era que era proibidos para as mulheres usar calcinha da cor da pele", diz Felitti.

O jornalista participou de transmissão ao vivo da TV Folha nesta quarta (11) sobre seu novo podcast podcast O Ateliê. Felitti também é autor da série em áudio A Casa da Mulher Abandonada.

Felitti conversou com o editor do núcleo de Cultura da Folha, Silas Martí, sobre bastidores e curiosidades do podcast.

A série em áudio descreve o caso de uma artista em ascensão que, junto com outras mulheres, afirma ter sido vítima de crimes de violência psicológica, física, sexual e de exploração financeira. Elas foram alunas de uma escola de arte chamada Atelier do Centro, na capital paulista, e acusam um professor.

Felitti acompanha o caso há mais de sete meses, desde o momento em que a artista decidiu trazer os relatos a público, no início de 2022. Dezenas de pessoas foram ouvidas na série em áudio. Todas confirmaram ter visto ou vivido violências dentro da escola de arte. O fundador da instituição nega acusações e diz que tudo o que aconteceu foi consentido.