Os colunistas da Folha Solange Srour e Marcos Lisboa discutiram nesta quinta-feira (5), em live da TV Folha, os rumos da economia sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tomou posse no domingo (1º).

Economista-chefe do Credit Suisse Brasil, Srour defendeu na Folha que 2023 precisará trazer um "arcabouço fiscal crível e medidas compensatórias" para lidar com a expansão de gastos, prevista na PEC da Transição, sem perder o controle da inflação.

"O problema maior não é só o montante de gasto extra para 2023. O problema é que isso foi feito sem nenhum tipo de contrapartida. É uma ordem complicada: primeiro você aumenta gastos e depois vai discutir no Congresso como financiar esse gasto", disse a economista durante a transmissão.

Já o diretor-presidente do Insper, Marcos Lisboa, escreveu recentemente que pagar a diferença com novos aumentos de tributos pode ser um "problema mais difícil de resolver do que alguns imaginam".

"O debate público acaba gerando uma polarização falsa sobre o que está em discussão", disse Lisboa durante a live. "Toda vez que se resolve aumentar o gasto, quando há uma folga fiscal, coloca-se na frente da proposta um tema social. O problema é que vem, de contrabando, uma quantidade impressionante de medidas de aumento de gastos ou desonerações tributárias que nada têm a ver com a política social."