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Japão descarta desculpas à China por prisão de capitão chinês
DA BBC BRASIL
O Japão rejeitou uma reivindicação da China por desculpas formais e compensação no episódio em que autoridades japonesas prenderam o capitão de uma embarcação pesqueira chinesa, no dia 8 de setembro.
A crise diplomática, originada a partir de um incidente em águas sob disputa entre os dois países, está sendo vista como analistas como a mais importante dos últimos dois anos.
O capitão e a tripulação do navio pesqueiro foram detidos após colidir com duas embarcações da guarda costeira japonesa próximo às ilhas Diaouyu (Senkakey para os japoneses).
O capitão foi acusado pelas autoridades japonesas de ter deliberadamente atingido o outro bote e de ter obstruído o acesso de funcionários públicos japoneses às ilhas no Mar da China Oriental.
Poucos dias depois, as autoridades chinesas detiveram quatro japoneses sob acusação de entrar em numa zona militar e filmar ilegalmente as instalações no local.
Na sexta-feira à noite, Tóquio libertou o capitão do navio, Zhan Qixiong, em um gesto que observadores consideraram uma tentativa de pôr panos quentes na disputa.
Entretanto, a China insistiu em um pedido formal de desculpas por parte do Japão e compensações pelo incidente.
Em resposta, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Japão descreveu a demanda chinesa como inaceitável e sem fundamento. O Japão disse que trataria do caso segundo suas próprias leis.
Na madrugada deste sábado, ao pousar no aeroporto de Fuzhou, na Província de Fujian, o capitão do navio chinês agradeceu os esforços pela sua libertação e disse que era inocente no caso.
"As ilhas Diaouyu são parte da China. Eu estava lá pescando. Estava dentro da lei. Essas pessoas me prenderam -- isto foi ilegal", atiçou.
ACIRRAMENTO DE ÂNIMOS
Analistas dizem que o incidente trouxe à tona o acirramento da disputa pela soberania sobre uma área rica em gás natural e outros minérios.
O caso despertou uma onda de protestos na China, país que foi ocupado pelos japoneses na Segunda Guerra Mundial.
A agência oficial de turismo de Pequim chegou a pedir que as empresas de viagens cancelassem os pacotes para o Japão.
Além disto, as reuniões diplomáticas e visitas de estudantes japoneses de programas de intercâmbio foram canceladas, em protesto pela detenção.
O polêmico governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, comentou à mídia japonesa sua intenção de cancelar uma viagem à China e criticou as medidas tomadas pelo governo chinês dizendo ser "o tipo de coisa que a yakuza (a máfia japonesa) faz".
ENTENDA A DISPUTA
- As cinco ilhas no Mar da China são chamadas de Diaoyutai pelos chineses, Tiaoyutai pelos taiwaneses e Senkaku pelos japoneses
- O governo japonês incorporou as ilhas à província de Okinawa em 1895, depois de confirmar que elas não faziam parte da China. Na época, os chineses não protestaram.
- China e Taiwan também não reclamaram quando as ilhas foram administradas pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, até serem novamente devolvidas à Okinawa em 1972.
- China e Taiwan começaram a reclamar o direito às terras na década de 1970, após a descoberta de óleo e gás natural na região das ilhas.
- A China lançou uma lei em 1992 sobre território marítimo, que incluiu as ilhas ao seu território. Em 1999, Taiwan também oficializou suas fronteiras marítimas e incluiu as ilhas Senkaku.
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