Em discurso na ONU, Santos pede união mundial contra tráfico de drogas

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, exigiu na sexta-feira coerência na luta mundial contra as drogas, ao participar dos debates da 65ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

"Como alguém pode dizer a um camponês de meu país que será perseguido e castigado por semear plantas para a produção de drogas se em outras partes do mundo esta é uma atividade legal?", questionou o colombiano, sem dar o nome de nenhuma nação.

Segundo ele, "é importante que sejamos coerentes sobre este tema. Digo isso como representante do país com mais autoridade moral sobre este flagelo, porque nenhuma outra nação sofreu como a nossa as nefastas consequências do narcotráfico".

"Estas contradições tornam urgente, e nisto nos unimos ao chamado do presidente Leonel Fernández, da República Dominicana, que concertemos e revisemos a estratégia mundial contra as drogas ilícitas, para acordar uma política global única, mais efetiva e que reúna contribuições de todos os países", continuou.

Santos pediu ainda que o mundo "não feche os olhos" ou assuma posições de negação frente ao tráfico de drogas, recordando que algo semelhante ocorreu no passado na Colômbia, "a um altíssimo custo".

Ele também ofereceu a cooperação de Bogotá aos demais, a partir das experiências de suas instituições no combate antinarcóticos. "Hoje olhamos o mundo a partir de uma democracia pujante que leva a uma prosperidade democrática, prosperidade a todos", complementou.

Em seu discurso, ainda na quinta-feira(23), o líder da República Dominicana pediu um compromisso mundial em relação ao tráfico internacional de entorpecentes, lembrando que apenas a economia da droga representa US$ 400 bilhões ao ano, quantidade superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de 122 países.

Isso permite que o narcotráfico continue fazendo uso de um "novo tipo de violência, desumana e cruel, sem precedentes", que custou a vida de funcionários, jornalistas, médicos e donas de casa, destacou o dominicano.