Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Claudio Bernardes

Hong Kong e Londres são as cidades mais caras para abrigar funcionários

As novas tecnologias, os novos padrões de comportamento, as mutações sociais e os diferentes modelos de mobilidade, dentre tantos outros fatores, são aspectos fundamentais na forma de ocupação dos espaços para trabalhar.

Recente publicação da empresa Cushman& Wakefield mostra os resultados de pesquisa feita em 58 países distribuídos na América do Norte, na Europa e na Ásia e que permitem comparar os custos de ocupação e operação por posto de trabalho.

Segundo a pesquisa, embora os custos de ocupação de escritórios estejam crescendo, mesmo com os empregados sendo alocados em espaços mais densos, Hong Kong e Londres são as cidades mais caras para abrigar funcionários, com valores anuais por posto de trabalho de US$ 27,4 mil (R$ 87,4 mil) e US$ 22,6 mil (R$ 73,2 mil), respectivamente.

Pelo mesmo custo de acomodar cem empregados em Hong Kong, é possível abrigar 300 em Toronto, 500 em Madri e 900 em Mumbai.

Os custos anuais cresceram de forma global a uma taxa de 1,5% em 2017. Esse aumento foi puxado principalmente pela América, que teve crescimento de 4,2%, e Ásia, cuja elevação foi de 3,4%.

No que diz respeito à ocupação de espaço por posto de trabalho ou densidade de ocupação -definida como sendo a quantidade de metros quadrados utilizados por cada pessoa-, a América tem a maior média de espaço ocupado, com 12,8 metros quadrados por funcionário, seguida por Europa e Ásia com 12,1 metros quadrados e 9,6 metros quadrados, respectivamente.

A cidade com menor densidade foi Vancouver, com 14,8 metros quadrados por empregado, e a maior foi identificada em Mumbai, onde cada funcionário ocupa apenas 5,8 metros quadrados.

Essa densidade vem aumentando gradativamente ao longo do tempo, principalmente pelo uso de novas tecnologias. Nos últimos cinco anos, ela cresceu, em média, 3,4%.

Encontrar a densidade adequada, buscando o ponto de equilíbrio entre custo e espaço, torna cada vez mais importante o projeto inovador do local de trabalho, principalmente porque as empresas estão usando o escritório também como ferramenta para atração de talentos e aprimoramento de desempenho.

O coworking está assumindo papel relevante na ocupação de espaços em escritórios, principalmente pela necessidade atual de flexibilidade das empresas. Os provedores desses escritórios compartilhados oferecem pacotes de aluguel mensal, semanal ou diário por mesa. Assim, as empresas têm a opção de expandir ou se mudar rapidamente, com pouco capital e sem a necessidade de assumir qualquer compromisso antecipado.

Mais de 40% da população mundial agora tem acesso à Internet, o que representa um crescimento de 700% nos últimos 15 anos. Esse fenômeno global de habilitação tecnológica está redefinindo o local de trabalho, pois os funcionários conectados à rede estão cada vez mais capazes de trabalhar em qualquer lugar.

Segundo a publicação da Cushman& Wakefield, com a rápida evolução do setor de tecnologia, está se desenvolvendo uma nova geração de empresas. Quando se trata de localização, essas novas empresas são mais flexíveis do que as tradicionais. Isso permite que as cidades menores, ou fora dos principais eixos, possam competir de outras maneiras, o que não era possível durante a era industrial.

Olhar atento a todas essas transformações e foco na experiência do usuário deverão produzir projetos e modelos de operação que busquem o equilíbrio entre espaço e custo,sem deixar de proporcionar aos funcionários mais conforto, felicidade no ambiente de trabalho e condições para elevação da produtividade.

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