Edgard Alves

Jornalista, participou da cobertura de sete Olimpíadas e quatro Pan-Americanos.

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Edgard Alves

Tóquio muda planos, mas tem novidade para 2020

O Rio de Janeiro passou a bandeira olímpica para Tóquio, sede dos próximos Jogos, em 2020. O evento vai ter como novidade a introdução de cinco esportes. Por enquanto, essas atrações valerão apenas para as disputas no Japão. Serão competições de beisebol, softbol (só a versão feminina do esporte), skate, surfe, caratê e escalada.

Tóquio foi escolhida em 2013 sob muita expectativa dos dirigentes do Comitê Olímpico Internacional, que manifestaram otimismo na capacidade dos japoneses para assumir o evento. Também foi levado em conta a disposição manifestada pelo país na luta contra o doping, em projeção nos últimos tempos.

Além disso, a experiência na organização de grandes eventos esportivos internacionais é uma situação testada por lá, onde quatro competições de porte foram realizados.

A capital japonesa promoveu a Olimpíada de verão de 1964, que serviu para mostrar ao mundo a reconstrução do país após a Segunda Guerra Mundial. Depois o Japão organizou dois Jogos de inverno, em Sapporo-1972 e Nagano-1998, e completou com a Copa do Mundo de Futebol de 2002, que dividiu com a Coreia do Sul.

Na campanha vitoriosa da conquista da sede olímpica, Tóquio superou Madri e Istambul sinalizando que os Jogos estariam "em mãos seguras", aspecto já abordado neste espaço. Essa possibilidade continua de pé, embora o plano inicial tenha sofrido modificações. Tropeços colocaram interrogações em vários pontos da proposta inicial.

A logomarca dos Jogos, por exemplo, depois de apresentada teve de ser retirada pelo autor sob suspeita de plágio. Por conta de altos custos e estouro na estimativa orçamentária, o projeto do estádio olímpico acabou refeito.

Na etapa de disputa pela sede, o projeto de Tóquio tinha o compromisso de organizar a maioria dos eventos dentro de um raio de 8 quilômetros da Vila Olímpica. O ciclismo de pista deve ser disputado longe de Tóquio. Centros para competições de basquete, hipismo e canoagem slalom também mudaram de local. O mesmo pode ocorrer com outras sedes.

De certa forma, Tóquio reformulou seus planos buscando tirar vantagens da Agenda 2020, com as novas regras do COI para projetos de candidatura, que permitem a utilização de construções esportivas já existentes.
O objetivo da reformulação é a redução de custos. Paradoxalmente, o acréscimo de cinco modalidades aumentará os custos com instalações e o número de participantes. A Agenda passa a vigorar integralmente apenas para os Jogos de 2024, mas dá um passo inicial.

Um fundo de reservas de US$ 4,5 bilhões —mais da metade dos US$ 7,8 bilhões do orçamento do dossiê da candidatura– foi a garantia mais do que suficiente para a largada dos preparativos de Tóquio. Um começo endinheirado, mesmo assim marcado por reajustes no projeto. Apesar do otimismo da cartolagem, um pouco de cautela não faz mal a ninguém.

Erramos: o texto foi alterado
O softbol não é uma variante feminina do beisebol, como o texto dava a entender. A versão feminina do esporte será modalidade olímpica em Tóquio-2020.
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