Juca Kfouri

Jornalista, autor de “Confesso que Perdi”. É formado em ciências sociais pela USP.

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Eleição na Libéria prova que pessoas cansaram dos políticos tradicionais

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Crédito: Thierry Gouegnon - 23.dez.2017/Reuters George Weah, former soccer player and presidential candidate of Congress for Democratic Change (CDC), reacts during the party's presidential campaign rally at Samuel Kanyon Doe Sports Complex in Monrovia, Liberia December 23, 2017. REUTERS/Thierry Gouegnon ORG XMIT: GGGTG25
O ex-jogador de futebol George Weah, eleito presidente da Libéria

George Weah, escolhido pela Fifa como melhor jogador do mundo em 1995 quando defendia o Milan, acaba de ser eleito presidente da Libéria.

Único africano a chegar ao número 1 do futebol, Weah é mais uma prova de que as pessoas pelo mundo afora estão cansadas dos políticos tradicionais e apostam em novas propostas, como a França já havia demonstrado com a escolha de Emmanuel Macron.

Verdade que ambos já vinham desempenhando papéis na vida política de seus países, porque Weah estava no Senado e Macron foi ministro da Economia. O negro liberiano chegou à Presidência com 51 anos e o branco francês aos 39.

Nem um dos dois caiu de paraquedas como o alcaide que odeia ter Agripino em seu nome e o cargo que ocupa, a ponto de omitir o primeiro e só pensar em deixar a prefeitura –ao pretender ser presidente, chance perdida por ter ido com sede demais ao pote, ou, agora, governador, como prêmio de consolação.

A eleição de Weah faz a imaginação voar longe e pensar em quem, no Brasil, poderia desempenhar seu papel. O primeiro que vem à mente, é óbvio, é o Rei Pelé.

Como a monarquia brasileira acabou em 1889, e ele foi ministro extraordinário do Esporte no governo FHC sem revelar grande vocação política, deixemo-lo em paz em seu trono.

Romário, Ronaldo, Rivaldo, Kaká e Ronaldinho Gaúcho, como Weah, ganharam eleições na Fifa.

O primeiro é senador da República, certamente pensa no Palácio do Planalto, e tem revelado no Congresso Nacional o mesmo oportunismo que mostrava na grande área.

O segundo atua apenas marginalmente na política. Errou, felizmente sem consequência, ao fazer a campanha de Aécio Neves à Presidência e, novamente, infelizmente com os efeitos hoje sofridos pelos paulistanos, ao apoiar João Agripino Dória Júnior.

Rivaldo é introspectivo demais para pensar em vida pública. Não dá para pensar nele a pedir votos para quem quer que seja, ele mesmo, principalmente.

Kaká, recentemente aposentado como atleta, tem o perfil de candidato, além de ampla base entre os evangélicos. Articulado, jeito de galã, pode aparecer, se quiser, como aparecem os astros da TV.

Finalmente, Ronaldinho Gaúcho.

Correu o boato de que concorreria ao Senado por Minas Gerais, onde fez por ser ídolo do Galo, com apoio de Jair Bolsonaro. Que fique como boato.

Há, ainda, no esporte, o nome do técnico de vôlei, e certamente um dos melhores treinadores de esportes coletivos de todos os tempos, Bernardinho.

Economista pela PUC do Rio, Bernardo Rezende seria a aposta do Partido Novo, mas para o governo do Rio, um trabalho de Hércules.

É de se notar que Weah comanda o Congresso pela Mudança Democrática, com ares mais de movimento, à direita, que partido político, assim como Macron fundou o seu Em Marcha!.

Por aqui o que quer ser novo é partido e o velho PMDB tirou o P para voltar a ser movimento, o MDB, em busca de mais poder.

Como o jogo do ano será disputado dia 24, em Porto Alegre, aguardemos.

Está 1 a 0 contra Lula e prevê-se novo revés, por 3 a 0.

Se, no entanto, ele fizer um gol, muda tudo. Será, como nunca, o gol qualificado.

O sonhado pela esquerda.

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