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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Acordos para terminar ações trabalhistas têm pico

Crédito: Editoria de Arte/Folhapress Ilustra Reforma trabalhista

Os empregadores pagaram R$ 1,6 bilhão a ex-funcionários com quem fizeram acordos para encerrar litígios na Justiça do Trabalho de São Paulo em 2017, aponta o TRT-2 (tribunal da região).

A soma das quantias é 81% maior que a de 2016, e isso aconteceu porque os valores médios cresceram: o número de acertos foi parecido com o daquele ano.

O tribunal promoveu mutirões de conciliação de casos antigos, o que fez o total subir, afirma Caroline Marchi, do Machado Meyer.

"Grandes empresas, como montadoras e bancos, participaram desses mutirões."

Processos antigos poderão representar um desencaixe maior se não forem resolvidos logo, diz Antônio Carlos Frugis, do Demarest.

"Os empregadores tiveram interesse em fechar acordos relativos a casos parados porque há uma discussão na Justiça sobre qual deve ser o indicador de correção."

O total pago em acertos em 2017 deve ser o mais alto da história, diz Wilson Fernandes, presidente do TRT-2.

O número de acordos não deverá se alterar muito, mas os pedidos de indenização serão mais enxutos, afirma.

"A nova lei desestimula pleitos que o empregado considere difíceis de comprovar. Isso porque ele precisa pagar honorários de sucumbência relativos aos pontos do litígio que ele não ganhar."

A Justiça já observou essa queda dos valores de indenizações requeridos nas ações, que terá como consequência acordos de somas mais modestas, segundo Fernandes.

Apesar de a quantidade de processos ter caído desde a entrada em vigor da reforma da CLT, ela voltará a subir assim que os advogados entenderem como a Justiça interpretará as regras, afirma.

Para lá do... Se a apresentação do presidente Michel Temer frustrou brasileiros por estar esvaziada, a audiência do presidente Mauricio Macri foi menor ainda.

...Prata O argentino louvou o turismo interno como fonte de receitas antes mesmo de mencionar o setor de alimentos. A mineração foi o primeiro segmento citado.

Brasil de volta Foi o mote de Temer em Davos -sinal de que considerava que o país estava fora do páreo, diz o economista Octavio de Barros. "Tem chance de voltar, mas ainda não é o caso, ao menos no que se refere a novos investidores".

Prevenido O economista assistiu as uma sessão de Yuval Harari, autor de "Sapiens - Uma Breve História da Humanidade". Barros ganhou uma dedicatória no livro que já trouxera do Brasil: "De um sapiens para outro".

Faturamento de genéricos cresce 11,8% em 2017, diz entidade

A comercialização de medicamentos genéricos subiu 11,8% em 2017, em relação a 2016, segundo a ProGenéricos (entidade da indústria) e o IQVIA, que audita o setor.

As vendas em valor aumentaram 15,8% e totalizaram quase R$ 7,5 bilhões.

Apesar da desaceleração nos últimos anos, a projeção é que o crescimento se mantenha no patamar atual em 2018, afirma Telma Salles, presidente da associação.

Além da melhora da economia, haverá um número maior de novos produtos, diz ela.

"Foram registrados 321 genéricos em 2017, e parte disso ainda não foi a mercado."

A fabricante Medley prevê oito lançamentos nos próximos 12 meses, segundo o diretor geral, Carlos Aguiar.

"Nosso crescimento deverá ser alinhado ao de 2017, entre 10% e 12%, talvez menor em valor, devido à previsão de baixo reajuste nos preços."

A EMS teve uma melhora de 10% no número de unidades vendidas e projeta uma alta próxima a 20%. Serão 10 novos remédios, afirma o diretor Aramis Domont.

"Os lançamentos deverão ter uma participação de dois pontos percentuais no faturamento total, que ficou em R$ 4,4 bilhões em 2017."

genericos

Mais quartos

A Nóbile Hotéis vai investir R$ 92 milhões em seu plano de expansão neste ano. A rede vai construir duas novas unidades e planeja incorporar outras oito por meio de conversão de bandeira.

O maior aporte, de R$ 84 milhões, é destinado às obras dos dois hotéis em construção, localizados em Brasília e em Maringá (PR). Ambas tem previsão de inauguração em setembro.

A maior parte desse montante é levantada junto a investidores no sistema de condo-hotéis.

"Nossa receita cresceu mais de 25% em 2017. Neste ano, a ideia é bater ao menos 20%", afirma o presidente da companhia, Roberto Bertino.

R$ 264 milhões
foi o faturamento em 2017

52
é o número atual de hotéis

2.200
é o total de funcionários

Persistência imobiliária

A quebra de contratos de novos imóveis na capital paulista em novembro do ano passado foi a menor desde março de 2014, segundo o Secovi-SP (sindicato do setor).

O indicador ficou em 12,3%, uma redução de 8,5 pontos percentuais em relação ao mesmo mês de 2016.

A tendência é que a redução continue neste ano e fique até mesmo abaixo da atual média histórica, de 9,2%, afirma o presidente da entidade, Flavio Amary.

"Começamos a ver uma movimentação, ainda que pequena, de recuperação dos negócios. A queda dos juros faz com que o investimento imobiliário volte a ser atrativo, e os dados de novembro já mostram alguma melhora."

secovi

Hora do Café

com FELIPE GUTIERREZ, IGOR UTSUMI, IVAN MARTÍNEZ-VARGAS e DIANA LOTT

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