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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Cabeça X Coração

A comissão técnica da seleção brasileira se impõe um desafio de hoje até o jogo contra a Colômbia. O diagnóstico é o mesmo que você tem lido aqui. Há falhas técnicas, sim! Que o time não está jogando bem, até Felipão sabe. A melhora tem a ver com colocar o pé em cima da bola. Isso vale ao pé da letra, ou seja, trocar mais passes, ter um time mais paciente nas horas necessárias.

Vale também como metáfora. Há a certeza de que o time tem sido muito coração e pouca razão. A cabeça precisa esfriar a paixão.

Ontem à noite, a primeira palestra com o grupo na volta da folga tocou nos pontos positivos. Hulk reagiu bem depois da falha no gol chileno. David Luiz se esforçou e tirou oxigênio de onde não tinha, porque doía até ao respirar. Neymar resistiu com a coxa inchada depois da entrada de Aránguiz no início do jogo.

Hulk será titular contra a Colômbia. É provável que Paulinho retorne ao time e jogue ao lado de Fernandinho, o primeiro volante escolhido para combater James Rodríguez. Fernandinho é rápido e tem bom passe. É bom para a função.

Depois de exaltar o que houve de positivo, o desafio será corrigir defeitos. Oscar está preso na ponta direita. Não deve estar. Sua função de marcar o lateral e fechar o espaço muda quando a seleção recupera a bola. Tem de se deslocar 15 metros para dentro, aproximar-se de Paulinho e Neymar, trocar passes.

A seleção sabe fazer isso. Parece ter se esquecido.

Há também preocupação com a arbitragem e a percepção de que se falou muito do pênalti em Fred e pouco dos benefícios a outras seleções. Robben admitiu ter se atirado duas vezes. Neymar é recordista de faltas sofridas e sua coxa segue inchada. Quem merece ser chamado de cai-cai?

O Brasil precisa mesmo da razão para lembrar suas qualidades. Pode ser o melhor jeito de corrigir seus defeitos.

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