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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Alemanha, França, Espanha e Brasil são as seleções favoritas no mundial

Crédito: Yves Herman - 10.nov.2017/Reuters Soccer Football - International Friendly - Brazil vs Japan - Stade Pierre-Mauroy, Lille, France - November 10, 2017 Brazil coach Tite congratulates Neymar and Willian as they are substituted REUTERS/Yves Herman ORG XMIT: AI
O técnico Tite, Neymar (à esq.) e Willian durante amistoso entre Brasil e Japão

A Alemanha venceu a Copa das Confederações jogando parecido com o sistema do Chelsea, campeão inglês em maio de 2017. Joachim Löw escalou três zagueiros e dois laterais, num 3-4-3. Quando o time perdia a bola, Kimmich, pela direita, e Hector, pela esquerda, voltavam para compor a linha de cinco defensores. À frente, quatro meio-campistas -Stindl, Goretzka, Rudy e Draxler. Só Timo Werner na frente.

Em setembro, os campeões do mundo venceram a República Tcheca por 2 a 1 exatamente com este desenho, mas três dias depois golearam a Noruega por 6 a 0 com estilo diferente. Havia linha de quatro homens na defesa, dois volantes, três meias e um atacante -outra vez, Timo Werner.

Os dez anos de trabalho de Joachim Löw dão espaço para as experiências e para a alternância de sistemas táticos. Tite não tem esse tempo.

Há duas semanas, este colunista perguntou a Tite como será a próxima Copa, a partir de 14 de junho. Será defensiva ou ofensiva, predomínio da posse de bola ou das transições rápidas. Ele respondeu: "Pergunta abrangente. Não sei dizer. Sei que precisamos estar preparados e que haverá variações táticas", afirmou. Citou a Costa Rica como equipe que pode alternar o sistema, sair de três zagueiros e linha de cinco defensores para o 4-2-3-1.

Muita gente aposta que será um torneio defensivo, pelo crescimento dos times que usam três zagueiros e linha de cinco homens na defesa. Não parece. Primeiro porque a transição rápida do meio de campo para o ataque precisa existir para quem atua com cinco atrás. A ideia não é defender, mas surpreender.

A Alemanha e a Costa Rica não são os únicos exemplos. A Sérvia, adversária do Brasil, também será um camaleão, diferente de acordo com a ocasião. Imagina-se que a Argentina também possa ser, se Jorge Sampaoli fizer nos próximos seis meses o que conseguiu na Univesidad de Chile, na seleção chilena e no Sevilla.

Não será o caso de outros candidatos ao título, como França e Espanha, mas pode ser da Inglaterra, que enfrentou o Brasil, em novembro, com cinco defensores e três meio-campistas.

Um fator contribui para que não seja um mundial defensivista: a temperatura. A média do verão russo é de 23°C a 27°C, o que permitirá jogos em alta velocidade e busca pelo gol. Também não é correto dizer que os últimos três mundiais tiveram predomínio das defesas. Ao contrário. Especialmente no Brasil, em 2014, o ataque prevaleceu.

Não significa que o campeão será uma equipe que busque o gol de maneira desordenada. Nem a Alemanha, nem a França, nem a Espanha, nem o Brasil têm estilos kamikazes. É provável que um dos quatro seja o campeão do mundo. Outro candidato, a Argentina.

O Brasil de Tite mantém o sistema 4-1-4-1, mas cada vez mais se aproxima do 4-3-3. É perigoso. Defensivamente, o time parece espalhar-se, não permanecer tão compacto. "Pedi ao Renato para não cair tanto pelo lado, porque abria espaços pelo meio", disse Tite, depois do jogo contra o Chile. Se Neymar não ajudar na marcação, esse espaço vai se abrir.

Significa que faltam ajustes para a seleção chegar à Rússia pronta para vencer. Tenha a Copa do Mundo o estilo que tiver.

Crédito: Editoria de arte PVC01.jan.2018

O ARTILHEIRO

Se Neymar fez 34 gols e ficou longe de Harry Kane na tabela de artilheiro do ano no mundo, Gabriel Jesus ficou mais distante. Marcou 24 gols e terminou a temporada no banco de reservas. Jogar menos pode ser bom. Gabriel pode chegar à Copa do Mundo em boa forma física.

O PASSADO

Foi o caso de Ronaldo, em 2002. Desconfiança era a palavra mais usada para definir o Fenômeno, goleador da Copa da Coreia do Sul e do Japão com oito gols. Neste século, o melhor da temporada nunca jogou grande mundial. O desgaste físico sempre foi um fator para dificultar.

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