Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Vitória difícil

Foi um jogo igual. Duas chances de cada lado. O gol de Fred foi belíssimo, após ótimo lançamento de Thiago Silva. Além de ser um craque na defesa, quando avança ele é um bom volante.

As duas chances de gols da Sérvia nasceram em jogadas nas costas de Daniel Alves e de Marcelo. Os zagueiros saíram na cobertura e deixaram espaços no meio da área. É preciso diminuir os riscos.

Mais uma vez, o meio-campo foi muito marcador e pouco criativo. Luiz Gustavo joga muito atrás, Paulinho se destaca quando chega ao ataque (não fez isso), e Oscar se movimenta pelo ataque, mas não é um ótimo armador. Com Fernandinho e Willian, melhora o passe. Mas tenho dúvidas se o time fica mais eficiente. A Sérvia marcou muito bem, com as duas linhas de quatro muito próximas. É o que a Croácia vai fazer.

O Brasil é forte porque tem uma excelente zaga, dois ótimos laterais no apoio, quando têm chances para isso (a Sérvia não permitiu), e porque tem na frente dois atacantes que, pelas características, se completam, Hulk e Neymar. Os dois não brilharam nesse jogo. Não tiveram espaços.

Escuto, com frequência, que o time depende demais de Neymar. Ainda bem. Imagine sem ele. Se o Brasil for campeão, é quase impossível que Neymar não seja a estrela da equipe e da Copa. Mas ele não vai ganhar os jogos sozinho nem vai fazer a equipe atuar bem. Um depende do outro. Se Neymar e o time se dissociarem, termina o encanto dos dois.

Já a Alemanha, que venceu ontem a Armênia, por 6 a 1, não tem zagueiros tão bons quanto os nossos e apenas um ótimo lateral no apoio, Lahm, que talvez jogue de volante. Não tem também um Neymar no ataque. Em compensação, possui um goleiro espetacular (Neuer) e vários craques no meio-campo, que tornam o jogo mais agradável. O mesmo ocorre com a Espanha. O jogo bonito mudou de país. Que estilo é mais eficiente?

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