Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Pé no trono

Não há como a Copa não pegar. Há uma avalanche de propagandas e de notícias, Galvão Bueno é um ótimo animador, milhares de pessoas querem faturar com o Mundial, existe um grande apelo ufanista, cresceu, nos últimos dias, o discurso de que é preciso festejar pelas ruas e o mais importante, a Seleção está jogando bem e tem um número dez encapetado, magistral.

Neymar ainda não atingiu o nível técnico de Messi e de Cristiano Ronaldo, mas possui um repertório maior de lances bonitos, com mais efeitos especiais, ainda mais contra um time fraco, como o Panamá. Ele parece um menino, na pelada, louco para se divertir e driblar a todos. Neymar continua brincando, só que, agora, tem de respeitar as regras coletivas, do time e do jogo.

A relação entre Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi me lembra a que havia entre Pelé e Maradona. O argentino era mais show, e Pelé, mais técnica e eficiência. Isso não significa que Neymar e Maradona não tenham uma excepcional técnica nem que Pelé, Cristiano Ronaldo e Messi não gostem das jogadas de efeito.

Se o Brasil for campeão, Neymar, a partir desta Copa, se tornará um candidato habitual a melhor do mundo, com chances sobre Messi e Cristiano Ronaldo. Digo isso, baseado em seu talento e no fato de que, nos últimos seis anos, os dois dividiram o trono. É muito difícil para um atleta se manter no topo por um longo tempo, com tantos jogos, tanta pressão emocional, tantas contusões e tanto sucesso. Neymar é o próximo da fila.

Hoje, o Brasil enfrenta a Sérvia. Willian trata a bola com mais carinho e troca mais passes, e Oscar entra mais na área. Os dois são bons. O que não se deve é pedir a escalação de Willian porque ele entrou muito bem contra o Panamá, quando o jogo estava muito fácil. Desde que não saia Hulk, tem pouca diferença jogar Willian ou Oscar.

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