Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Tostão

É hoje!

Ontem, estava tenso, transpirando demais. Sofria da síndrome de abstinência, por não ter tido jogo. Hoje, já estou bem. Começam as decisões. Como não tem nenhuma seleção excepcional nem grande diferença entre muitas equipes, a única zebra nas oitavas seria a Argélia ganhar da Alemanha.

Esperava mais da seleção japonesa. Parece que vai ganhar e perde. São afobados nas finalizações. Os japoneses precisam muito mais de orientação individual, técnica, de detalhes, do que de tática. Sabem como fazer, mas não sabem fazer. Já os torcedores japoneses marcaram um golaço. Após todas as partidas, recolheram, em sacos plásticos, tudo o que sobrou do que consumiram. Deram aula de cidadania.

Quando Felipão disse, após o sorteio de grupos, que preferia não enfrentar o Chile, achamos que ele estava blefando. Ele se referia às seleções sul-americanas, e não apenas ao Chile. Tem lógica. Os sul-americanos se sentem em casa.

As vantagens do Brasil sobre o Chile são tradição, melhores e mais altos defensores e, principalmente, Neymar. A do Chile é a intensidade com que ataca e defende. O técnico Van Gaal, da Holanda, chamou os chilenos de fanáticos. São mais que isso. São bons jogadores, em um excelente conjunto.

Futebol é um jogo. Não é apenas uma disputa programada em laboratório. As estatísticas são importantíssimas, mas a excessiva valorização dos números atingiu o máximo na Copa. Estão delirando. Há muita estreiteza na visão do futebol e falta de bom senso. Além da enorme importância de detalhes técnicos, táticos e científicos, um descuido, uma bola perdida, um erro do árbitro e tanto outros acasos podem mudar a história do jogo, da Copa e do futebol.

O Brasil é favorito, mas a diferença técnica não é enorme, para a maioria negar qualquer possibilidade de derrota. É o pensamento mágico, onipotente.

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