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Casamento real terá bolo tradicional feito por Fiona Cairns
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BEATRIZ PORTUGAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os primeiros passos dentro da fábrica de bolos da inglesa Fiona Cairns, contratada pela família real para fazer o bolo de casamento do príncipe William com a plebeia Kate Middleton, são um ataque sensorial, de aromas entre enjoativo e apetitoso.
Em um balcão, três mulheres modelam em açúcar os símbolos do Reino Unido: a rosa inglesa, o cardo escocês, o narciso galês e o trevo irlandês. São itens que enfeitarão o bolo do casamento celebrado amanhã.
É de Fleckney, um vilarejo a cerca de 140 km de Londres, que o bolo real sairá para o palácio de Buckingham.
A fábrica produz anualmente 2.000 bolos, além de 27 mil minibolos e "cupcakes", que são distribuídos, também, em cadeias de supermercados e lojas de luxo.
A lista de clientes inclui celebridades como Bono e Paul McCartney, para quem fez o bolo que considera o mais difícil de sua carreira, no formato do Maracanã --para comemorar um show no local.
Rui Vieira - 24.mar.11/France Presse | ||
Fiona Cairns, encarregada de fazer o bolo do príncipe William e Kate Middleton na Inglaterra |
O desafio foi superado neste ano, quando ela foi nomeada pâtissière oficial do casamento do futuro rei da Inglaterra. "Nunca imaginei que seria escolhida. A pressão é muito grande, tanto pelo tamanho como pela importância", diz.
O número de camadas não foi divulgado, mas a receita escolhida é a de um tradicional bolo inglês de frutas, com glacê nas cores branco e creme. Na preparação, entram ingredientes como uvas-passas, cerejas e outras frutas, que são embebidas em conhaque francês durante uma noite, no mínimo, para absorver umidade e sabor.
Depois disso, nozes são torradas, limões e laranjas ralados e os ingredientes se juntam --mas a mistura só pode ser assada depois de a massa descansar e "amadurecer" por um mês.
DESPACHADO
Devido à grande quantidade de álcool na receita e ao modo como é preparado, o principal traço do bolo inglês é sua durabilidade. É tão resistente que chega a superar a longevidade dos casamentos para os quais foi feito.
Nas cerimônias britânicas, ele é o equivalente aos bem-casados. Algumas fatias são guardadas e saboreadas durante o batizado do primogênito e nos aniversários de casamento.
No caso da realeza, as fatias não vão apenas para a casa dos convidados, mas podem correr o mundo, despachados para os países onde a rainha ainda é chefe de Estado, como o Canadá.
A festa vai passar, mas o bolo não deixará de ser notícia: um pedaço do bolo de 1923, do casório de George 6º (de "O Discurso do Rei"), está cotado em R$ 2.000.
O preço flutua de acordo com o tamanho e o estado do pedaço. Uma fatia do doce servido no casamento da princesa Diana alcançou, um ano após a morte dela, o valor de R$ 44 mil.
Talvez o melhor negócio para os 600 convidados seja guardar um pedaço do bolo e esquecê-lo no fundo da gaveta. Trata-se de bom investimento.
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