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09/02/2012 - 16h47

Ex-PM é condenada a 45 anos de prisão por matar vizinhos em SP

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ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A ex-PM Adriana Cordeiro Ferreira, 36, filha do cabo da Polícia Militar de SP José Aparecido Ferreira, foi condenada a 45 anos de prisão por ter sido considerada culpada por tramar uma chacina que vitimou três vizinhos e deixou um quarto ferido.

"A condenação da Adriana é prova de que a sociedade pode esperar por Justiça. Depois de cinco anos do crime, conseguimos uma pena alta para um crime grave. Não podemos esquecer dos outros quatro culpados por essas três mortes que estão sem punição", disse o promotor André Luiz Bogado Cunha, responsável pela acusação contra a ex-PM.

Quando esteve na PM, Adriana, que é mulher de um PM, respondeu a 11 processos administrativos antes de pedir demissão da corporação.

Durante o seu interrogatório no Tribunal do Júri, Adriana negou participação nas três mortes.

A chacina aconteceu na tarde de 14 de janeiro de 2007, no Jardim Brasil, zona norte de São Paulo, e foi motivada por uma discussão entre uma das vítimas e Adriana por conta de uma vaga de carro na rua onde todos viviam.

Desde a chacina, o cabo da PM Ferreira está foragido, assim como sua outra filha, Isabelle Cordeiro Ferreira. Eles também são réus no processo pela morte dos vizinhos.

Outros dois acusados de participação na chacina, Marcelo Ferreira da Silva e Rogério Severino Delphino Nogueira, o Siri, chegaram a ser presos à época do crime, mas conseguiram na Justiça o direito de responder ao processo em liberdade.

Ambos recorreram da sentença de pronúncia para os seus julgamentos no Tribunal do Júri e negam participação na chacina.

De acordo com a decisão dos jurados do 2º Tribunal do Júri, no fórum de Santana, zona norte, Adriana foi condenada por triplo homicídio, duplamente qualificado: motivo torpe (briga por causa de uma vaga para estacionar o carro) e por recursos que dificultaram as defesas das três vítimas fatais (surpresa).

Adriana está presa atualmente na Penitenciária Feminina de Tremembé (147 km de SP), onde também está Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte de Isabella Nardoni, 5, sua enteada.

Naquele tarde de 14 de janeiro, as vítimas da emboscada tramada por Adriana, seu pai, irmã e os outros dois réus no caso, foram Vera Cristina Molina, 39, sua filha, a estudante Tamires Molina Keith, 19, e o namorado da jovem, o vendedor Rafael da Rocha, 21.

Uma quarta pessoa foi baleada pelos assassinos, mas sobreviveu. Todos estavam na calçada quando os matadores atiraram.

Tamires e Rafael estavam com a data do casamento marcada para fevereiro daquele ano. Tamires havia retornado da Suíça dias antes do crime. Ela tinha ido trabalhar e estudar na Europa.

A discussão entre Adriana e Vera, segundo o que investiga o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), começou por causa de um carro parado na mesma rua. Antes de fugir pela participação na morte dos vizinhos, o cabo Ferreira foi integrante da Corregedoria da Polícia Militar. Uma das duas filhas e um genro dele também são da corporação.

Ao falar aos jurados como testemunha da acusação contra Adriana, o delegado Fábio Guedes Rosa, que trabalhou durante seis anos na Delegacia de Homicídios Múltiplos do DHPP, disse que a chacina contra mãe, filha e genro foi um caso diferente porque as investigações de chacinas normalmente têm motivações como o tráfico de drogas ou outros tipos de crimes.

De acordo com um parente de Vera e Tamires, a rixa entre as duas famílias se arrastava havia mais de cinco anos e era motivada porque Tamires era uma moça muito bonita e inteligente.

 

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