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Obra de trem urbano em Cuiabá ficará R$ 270 mi mais cara
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RODRIGO VARGAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE CUIABÁ
O polêmico projeto do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá custará bem mais do que o estimado inicialmente pelo governo de Mato Grosso e será uma das obras mais caras da Copa de 2014.
A abertura das propostas da licitação, realizada em sessão pública na terça-feira (15), revelou que a menor proposta oferecida pelos quatro consórcios concorrentes é de R$ 1,47 bilhão. Esse valor supera em R$ 270 milhões o montante que, segundo o governador Silval Barbosa (PMDB), será financiado pelo governo federal para bancar a obra: R$ 1,2 bilhão.
Ao todo, quatro consórcios apresentaram propostas, sendo a maior de R$ 1,8 bi. Em entrevista à imprensa, o governo admitiu que esperava um valor mais em conta. "Não foi surpresa, mas ficou um pouquinho acima da nossa expectativa", disse o secretário Maurício Guimarães.
Segundo ele, o custo final ainda pode ser reduzido em negociação com a vencedora. "A primeira opção é tentar baixar os valores", disse o secretário.
Na licitação, além do preço, diferenças técnicas serão levadas em conta --o que significa que o orçamento mais baixo não será necessariamente o escolhido.
O secretário José Lacerda (Casa Civil) disse que o governo, que se impôs no início do ano um severo arrocho orçamentário, dispõe de "várias opções" para completar a diferença.
"O Estado tem capacidade de endividamento. Se houver a necessidade, o governo vai se reunir com a equipe econômica do Estado para verificar a melhor forma de complementação", afirmou.
Em Mato Grosso, a obra é questionada pelo valor, prazo e viabilidade econômica.
No ano passado, reportagem publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" revelou que o Ministério das Cidades adulterou parecer de um técnico, permitindo a implantação do VLT em lugar de uma linha rápida de ônibus (BRT).
PRAZO
A obra é licitada pelo RDC (Regime Diferenciado de Contratação) e o vencedor terá de cumprir um cronograma de 24 meses até a Copa do Mundo.
Questionado, o secretário da Copa disse não estar preocupado com o alerta do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre o possível bloqueio de recursos a obras que não estiverem prontas até 2014.
"O que colocamos no edital para as empresas é uma obrigação contratual de entrega no primeiro trimestre de 2014. Vamos entregar no prazo", disse.
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