Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/05/2012 - 20h18

Subprocurador vai a UPP apurar denuncias de abusos de policiais

Publicidade

LUCAS VETTORAZZO
DO RIO

O subprocurador-geral de Justiça de Direitos Humanos e Terceiro Setor do Ministério Público do Rio de Janeiro, Leonardo Chaves, esteve nesta quinta-feira na favela Pavão Pavãozinho Cantagalo, zona sul do Rio, para apurar denúncias de abuso de poder por parte dos policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) local.

Representantes de grupos que lutam pelos direitos humanos e da Associação de Moradores do Pavão Pavãozinho Cantalagalo entregaram 22 boletins de ocorrência ao procurador onde, segundo eles, houve abuso policial. Na maior parte dos registros, a principal denúncia dos policiais é com relação a desobediência, desacato a autoridade, resistência a prisão e ameaça. Dos 22 boletins, pelo menos 19 foram registrados neste ano.

A presidente da Associação de Moradores do Pavão Pavãozinho Cantagalo, Alzira Amaral, afirmou que parte dos policiais da UPP do Pavão Pavãozinho tem desrespeitados os moradores com frequência. Os moradores, por sua vez, disse ela, reagem à abordagem com resistência. Essa resistência é que deu origem aos 22 boletins de ocorrência.

O objetivo dos moradores com a reunião é que o MP investigue e, se houver comprovação de abuso, indicie policiais suspeitos. O subprocurador Leonardo Chaves afirmou que fará com que as autoridades façam uma apuração mais detalhada dos casos.

Chaves, no entanto, se disse surpreso com a pequena quantidade de moradores na reunião --cerca de 30 compareceram. "Não podemos fazer nenhum julgamento leviano dessas denúncias. Se houvesse aqui 100, 200 moradores reclamando, teríamos uma ideia mais precisa do que está acontecendo. Mas como são poucas pessoas, teremos de apurar mais cuidadosamente", afirmou.

Márcia Honorato, militante e membro da Comissão de Direitos Humanos do Estado, ligada a Secretaria Estadual de Assistência Social, afirmou no entanto que os moradores locais estão intimidados e por isso não compareceram em maior número à reunião. Segundo ela, os policiais da UPP arrancaram os cartazes avisando da visita do MP à comunidade e ameaçaram alguns moradores.

Por meio de nota da assessoria de imprensa, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora não confirmou as acusações dos moradores. "A Coordenadoria de Polícia Pacificadora não confirma as acusações dos moradores e esclarece que todas as denúncias que chegam das comunidades da cidade que possuem UPP são checadas com o máximo rigor", afirma a nota.

O subprocurador disse que, mesmo com as denúncias, ainda não foi cogitada a hipóteses de colocar um posto fixo do MP na comunidade para o registro de queixas. Chaves ouviu por cerca de uma hora denúncias de moradores. Antes disso, porém, teve de fazer um apelo para que a população contasse suas histórias, já que parte estava visivelmente desconfortável com a situação. "Para eu fazer alguma coisa eu preciso ouvir as suas queixas", afirmou ele.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página