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25/05/2012 - 15h07

Síndico e operários são indiciados por desabamento de prédio no Rio

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DA AGÊNCIA BRASIL
DE SÃO PAULO

A PF (Polícia Federal) indiciou nesta sexta-feira sete pessoas apontadas como responsáveis pelo desabamento do edifício Liberdade, na avenida 13 de Maio, região central do Rio, em janeiro deste ano. Mais dois prédios vizinhos ruíram com a queda.

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O presidente da empresa TO, Sérgio Alves, a funcionária Cristiane Amaral e o síndico do prédio, Paulo Renha, além dos quatro operários que trabalhavam no local, foram enquadrados nos crimes de desabamento culposo qualificado com homicídio culposo (sem intenção) e por dano a bem tombado pela União --no caso, o Theatro Municipal, que fica ao lado.

Por causa dos desabamentos, o Theatro Municipal ficou fechado por mais de três meses e só foi reaberto no último dia 17.

Segundo o delegado Fábio Scliar, responsável pela investigação, o síndico ainda responderá pelo crime de falsidade ideológica por apresentar à Prefeitura do Rio uma planta que não mostrava uma alteração que o prédio tinha sofrido.

"Em 2001 ou 2002, o síndico apresentou à prefeitura uma planta que não correspondia à verdade. Essa planta estava dizendo que no 9º andar estava presente o prisma de ventilação do edifício, quando na verdade naquele local havia uma copa", disse.

O inquérito, elaborado pela PF (Polícia Federal), apontou que a causa principal da queda do prédio foi a obra que estava sendo feita pela empresa TO no nono andar. O relatório concluiu que a retirada de paredes estruturais para expansão das salas ocupadas pela empresa afetou a estrutura do edifício. De acordo com Fábio Scliar, a presença de profissionais especializados na execução da obra poderia ter evitado o acidente.

"Não havia um engenheiro responsável, um arquiteto. Os contratados sequer eram pedreiros", afirmou.

O desabamento deixou 17 pessoas mortas. Outras cinco pessoas desapareceram após o acidente. O delegado disse que já pediu à Justiça a quebra do sigilo telefônico para confirmar se as pessoas ainda não encontradas estavam realmente no prédio.

OBRA

Em abril, o servente Wanderley Muniz da Silva, 22, que trabalhava como auxiliar de pedreiro na reforma do 9º andar do edifício Liberdade, disse que a ordem era "quebrar tudo".

"Existia uma planta na parede que dizia para a gente quebrar tudo", contou ele à Folha na ocasião.

Em depoimento à polícia, ele disse que foram derrubadas quatro paredes de concreto armado com vergalhões de ferro, incluindo uma coluna. As obras eram realizadas em imóvel da empresa TO (Tecnologia Organizacional).

DESABAMENTO

Os três prédios localizados ao lado do Theatro Municipal desabaram por volta das 20h30 do dia 25 de janeiro. Os edifícios tinham 18 (Liberdade), 10 (Colombo) e 4 andares. O teatro não foi atingido, mas seu anexo, onde funciona a bilheteria, sofreu danos por causa dos escombros.

O inquérito foi iniciado pela Polícia Civil, mas como o Theatro Municipal foi afetado pelo desabamento, a PF assumiu o caso, por se tratar de um bem tombado pela União.

 

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