Incêndio destrói escritório de advocacia no centro do Rio

Um incêndio de grandes proporções atingiu três andares de um prédio comercial antigo no centro do Rio neste domingo, mas não fez vítimas.

Incêndio em prédio interdita avenida Rio Branco, no Rio

De acordo com o coronel André Matos, comandante do grupamento operacional do comando geral do Corpo dos Bombeiros, cerca de 30 homens trabalharam por 5 horas para debelar o fogo iniciado um pouco antes das 7h no 15º andar do prédio. No local funcionava a administração de um tradicional escritório de advocacia, o Garcia & Keener, fundado em 1959. No térreo funciona o banco Alfa, que não foi atingido.

O fogo tomou conta de dois andares do prédio que pertencem ao escritório, do 14º e 15º, e somente por volta das 12h o incêndio havia sido controlado. Bombeiros ainda procuravam nesses andares focos de fogo em papéis que ainda poderiam reacender as chamas.

"O grande problema foi o acesso, eram três andares do mesmo escritório e tinham muitos documentos, o fogo de alastrou", explicou o coronel. Segundo ele, o 15º andar ficou totalmente destruído.

Especializado na área cível, e um dos pioneiros no atendimento a estrangeiros no Brasil, o escritório atua nas áreas tributárias, petróleo e gás, ambiental, livre concorrência, defesa econômica, investimentos estrangeiros, propriedade intelectual entre outros.

Além do Rio, o Garcia & Keener tem escritórios em São Paulo, Campinas e Manaus.

SEM ÁGUA

Outro obstáculo enfrentado pela corporação foi a falta de água no prédio para apagar o fogo. "O preventivo do prédio não estava adequado, não tinha água na caixa de incêndio", disse Matos.

As mangueiras do prédio estavam dentro da regularidade, segundo o coronel, mas estouraram quando receberam a água da rua, que tem maior pressão do que se recebessem a água do prédio, explicou.

A advogada Ana Lacativa, que trabalha no 16º andar, no instituto de pesquisa de petróleo IHS, também afetado pelo fogo, ouviu a notícia pelo rádio e foi conferir no local o estrago.

"Nós já estávamos pensando em sair de lá porque precisamos de um espaço maior e o prédio é antigo, bem precário, os elevadores sempre dão problemas, ainda são de porta pantográfica", informou.

O prédio tem 18 andares e fica na esquina da rua Buenos Aires e avenida Rio Branco, principal via do centro financeiro do centro do Rio. Segundo bombeiros, a estrutura do edifício não foi afetada.

De acordo com o coronel Matos, o prédio ficará interditado na segunda-feira (11) para que a engenharia da prefeitura possa vistoriar o local. A área no entorno também deverá ficar isolada para evitar acidentes como a queda de rebocos.

Um aparelho de ar condicionado chegou a cair em cima de uma banca de jornais em frente ao prédio no início da manhã e rebocos continuavam a despencar na rua no início da tarde.

O coronel afirmou ainda que não foi preciso utilizar escada para ter acesso por fora do prédio, já que era possível chegar aos andares por dentro do edifício.

O centro do Rio há pouco tempo foi cenário de dois desabamentos de prédios antigos, sendo o mais grave o ocorrido na av. Treze de Maio, que deixou 19 mortos e três desaparecidos em janeiro.