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22/06/2012 - 18h06

Gestores de segurança responderão por roubos a bancos em Recife

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FÁBIO GUIBU
DE RECIFE

A Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco anunciaram nesta sexta-feira que os gestores de segurança dos bancos que operam em Recife responderão criminalmente pelos assaltos com vítimas ocorridos nas agências da cidade.

Segundo o promotor Ricardo Coelho, a decisão foi tomada porque os bancos se recusam a cumprir as leis municipais que tratam das normas de segurança no setor.

De acordo com ele, nenhum dos cerca de 200 estabelecimentos bancários das 27 instituições que operam em Recife cumpre integralmente essa legislação.

Por conta disso, R$ 19 milhões em multas já foram aplicadas e três agências foram interditadas, na semana passada, por falta de equipamentos obrigatórios.

Segundo o delegado do Depatri (Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais), Antônio Barros, a partir de agora os gestores de segurança dos bancos passarão a ser investigados por assumir o risco de expor os funcionários e clientes à violência, nos casos de assalto.

Neste ano, dois assaltantes e um vigilante morreram em ações contra bancos em Recife. Cinco clientes se feriram.

De janeiro a maio deste ano, ocorreram 14 assaltos na cidade. No ano passado, foram registradas seis ações do tipo, no mesmo período.

"Nada justifica essa resistência dos bancos", disse o promotor. Segundo ele, em dez meses, dez reuniões foram realizadas com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), sem resultado.

As dez maiores instituições que operam em Recife, afirmou, só aceitam cumprir dez das 12 exigências legais.

Elas questionam a obrigatoriedade de instalação de vidros à prova de balas e a manutenção de dois seguranças por andar nas agências.

"O que eles querem é escolher a lei a ser seguida", disse o promotor, referindo-se à legislação nacional que também trata da segurança nos bancos, mas é menos rigorosa, exigindo apenas vigilância e alarme, declarou.

Já as normas municipais incluem, entre outras coisas, a instalação de detectores de metais, portas giratórias e biombos nas agências.

De acordo com o promotor, os bancos tentaram invalidar na Justiça a legislação municipal, mas foram derrotados. Apenas as multas continuam sendo questionadas.

A Febraban informou, por meio de sua assessoria, que os bancos estão discutindo judicialmente a "razoabilidade das leis" e que, por isso, não cabe responsabilizar os gerentes. Ainda segundo a assessoria, "o Ministério Público deveria empenhar-se em condenar os bandidos que roubam as agências, explodem os ATM's [caixas eletrônicos] e roubam os clientes".

 

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