Brasileiro compromete 15% da renda familiar com transporte

Moradores das nove maiores regiões metropolitanas do país comprometem mais de 15% da renda com transporte. O gasto é cinco vezes maior com transporte privado do que com transporte público, é o que aponta estudo divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A pesquisa traçou o perfil do gasto das famílias que moram em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Fortaleza, Salvador e Belém.

De acordo com o Ipea, o gasto com transporte privado em cidades do interior do país chega a ser nove vezes maior, indicando grande dependência do transporte público entre famílias de menor renda.

O levantamento do Ipea usou como base as duas últimas edições da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar) --2003 e 2009.

Em 2003, o brasileiro gastava é média R$ 294,11 por mês com deslocamento. Em 2009, este gasto subiu para R$ 544,08.

Entre 2003 e 2009 o gasto com transporte privado subiu 1,06%, contra 0,19% em transporte público.

Um dos fatores para o crescimento dos gastos em transporte privado, principalmente para a compra de automóveis e motocicletas, foi justamente o aumento da renda familiar no período analisado -- 17% ou R$ 1.468,17.

Esse crescimento também pode ser explicado em parte pelos dados da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de acordo com o Ipea. Entre janeiro de 2003 e janeiro de 2009 os preços do automóvel e da gasolina subiram muito menos que a inflação, ao mesmo tempo que o preço das tarifas de ônibus urbanos subiu cerca de 15% acima da inflação.

Apenas as famílias com renda familiar de até meio salário mínimo não aumentaram seus gastos no transporte privado.

Já em relação ao transporte público, os gastos aumentaram somente nas famílias com baixa renda --de até três salários mínimos. Acima desse rendimento, houve redução nos gastos com este tipo de transporte.

Com a Agência Brasil