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25/09/2012 - 07h00

Mulher reencontra sobrinha dada como morta no Rio

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DO RIO

Elizete Jacinto de Souza, 30, estava internada havia seis anos no hospital-colônia de Rio Bonito, a cerca de 80 km do Rio, quando uma assistente social conseguiu localizar sua família.

Surpresa com a notícia de que a sobrinha ainda vivia, a costureira Oralda Maria de Souza, 52, pegou a estrada no mesmo dia para revê-la.

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"A gente pensava que ela estava morta, apesar de nunca terem encontrado o corpo", conta ela, que imediatamente recebeu autorização para levar a sobrinha a Niterói para passar uns dias com ela. A jovem tem déficit cognitivo.

"A Elizete, que quase não falava, começou a perguntar pela família toda quando viu a tia", lembra a assistente social Annelyse Freitas. Ela faz parte da equipe nomeada em março pela secretaria de Estado de Saúde para gerenciar o espaço, antes sob controle privado.

A missão era melhorar o atendimento e encontrar alternativas para os 255 internos. 222 ainda vivem no local, onde muitos circulam descalços e sem rumo.

Freitas conta que na ficha de Elizete não havia dados sobre a família dela. Mas, numa conversa, a paciente acabou revelando o nome da mãe e o bairro onde morava em Niterói.

De posse dessas informações, a assistente foi atrás de profissionais do programa de saúde da família da localidade, que disseram conhecer uma família com o mesmo sobrenome. A mãe de Elizete havia morrido, mas o contato com a tia foi retomado.

Pouco depois, Elizete deixava definitivamente o hospital de Rio Bonito para viver com Souza numa casa simples em uma favela de Niterói. Quando a Folha visitou o local, em agosto, foi ela que abriu a porta para a equipe.

A tia contou que ela havia sumido pouco após a morte da mãe, depois de contar que estava grávida do próprio pai. O homem sumiu na mesma época, ameaçado por traficantes do bairro. A tia diz não saber se a denúncia era verdadeira e tampouco há notícias sobre o que ocorreu com o bebê.

Questionada sobre o período que passou no hospital-colônia, Elizete responde com apenas uma palavra: "ruim". Sobre o que gosta de fazer no novo lar, tem mais a dizer: "lavar a louça, ir na igreja e ver televisão".

"Ela não dá trabalho nenhum", afirma a tia. "Às vezes parece que nem está em casa." (DENISE MENCHEN)

 

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