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04/10/2012 - 20h26

Menina que recebeu doação de leite materno de atriz estrela campanha

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DENISE MENCHEN
DO RIO

Quando teve seu segundo filho, há quatro anos, a atriz Maria Paula doou para o SUS o excedente de leite materno que produzia. O gesto beneficiou a pequena Julia Victoria, que estava internada em uma UTI neonatal após nascer prematura. Agora, Maria Paula, Julia Victoria e Felipe, o filho da atriz, estrelam uma campanha do Ministério da Saúde para tentar aumentar o número de doadoras de leite materno no país.

"É uma sensação maravilhosa ver a Juju bem, com quatro anos, depois de ter enfrentado esse desafio tão precocemente", diz Maria Paula, que antes da campanha não sabia quem tinha recebido o leite doado por ela. "Eu falei para o meu filho que ela é a irmã de leite dele", contou a atriz nesta quinta-feira, no Rio, ao participar do lançamento da campanha ao lado do ministro Alexandre Padilha.

Segundo o ministro, o país quer aumentar em 15% ao ano o volume coletado pela rede de bancos de leite humano. Neste ano, o total arrecadado deve chegar a 200 mil litros.

Divulgação
Cartaz da campanha de doação de leite materno do Ministério da Saúde
Cartaz da campanha de doação de leite materno do Ministério da Saúde

Após a coleta, o leite é pasteurizado e passa por testes para verificar sua qualidade. Depois, é usado para alimentar bebês internados cujas mães não podem amamentar. Com isso, eles desfrutam dos benefícios do aleitamento, que aumenta a imunidade e contribui para a redução da mortalidade infantil.

O chefe do banco de leite do Instituto Fernandes Figueiras, da Fiocruz, no Rio, explica que a retirada do leite excedente já faz parte da rotina de muitas mães, que podem se tornar doadoras. O procedimento é importante para evitar fissuras e outros problemas nos seios, como a mastite, um processo infeccioso que pode ser bastante doloroso.

"Muitas mulheres hoje retiram esse excedente e jogam fora, mas ele é um produto excelente que pode ajudar muitos bebês", diz Franz Novak.

Segundo ele, no Rio de Janeiro a rede de bancos de leite só consegue atender 52% da demanda das UTIs neonatais. "Temos capacidade operacional para atender 100%, mas faltam doadoras", explica.

Outro problema apontado por Novak é a remuneração paga pelo SUS pelo procedimento de coleta, pausterização e armazenamento do leite. Ele aproveitou a visita do ministro para cobrar a atualização da tabela.

"A gente quer que o leite humano receba pelo menos o mesmo valor que o leite de vaca, de R$ 2", disse Novak a Padilha. Segundo o site do ministério da Saúde, hoje são pagos R$ 0,50 por cinco litros de leite materno pasteurizados.

Após ser interpelado, o ministro disse ao coordenador do banco de leite que irá aumentar o valor. Em entrevista após a cerimônia de lançamento, disse que é interesse do ministério fortalecer a rede.

"É um pedido para que a gente possa aumentar o valor pago para os municípios pelo procedimento. Isso nunca foi apresentado como uma demanda dos municípios para nós, mas nos foi apresentado hoje por técnicos da rede, e nós temos todo o interesse em fortalecer essa que é a maior, mais complexa e mais qualificada rede de bancos de leite humano do mundo inteiro", afirmou.

Quem quiser doar leite materno deve ligar para o banco mais próximo de sua cidade. A lista completa está disponível no site do governo. A mulher receberá instruções e potes para o armazenamento do leite. Ele deve ser conservado no congelador até a chegada da equipe do banco de leite, que vai até a casa da doadora.

 

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