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24/11/2012 - 18h30

Para promotor, situação de Bruno piorou com condenação de Macarrão

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PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A CONTAGEM (MG)

O julgamento e a condenação de Macarrão, ex-amigo do goleiro Bruno, serviu para mostrar que Eliza Samudio morreu, afirma o promotor do caso Henry Wagner de Castro. "O próximo passo é constatar quem a matou", diz.

Acompanhe a cobertura do julgamento

O corpo de Eliza, que desapareceu em 2010, nunca foi encontrado. Por isso, a principal tese da defesa de Bruno é que a morte não havia ocorrido. Em seu julgamento, porém, Macarrão afirmou que levou a vítima até seu assassino a mando do atleta.

A defesa de Bruno, entretanto, dá sinais de que deve manter o questionamento. Para o novo defensor do goleiro, Lúcio Adolfo da Silva, apesar de Macarrão ter admitido a existência do crime, a comprovação de que o assassinato de Eliza ocorreu não consta no processo.

"Não se trata de discutir se ela está viva ou morta. Para a defesa, a questão é que não há prova nos autos", diz o advogado, para quem há uma "martirização" do goleiro pelo fato de ele ter sido um ídolo do futebol.

"A defesa não tem que provar que ela está viva, a Promotoria é que precisa provar que ela está morta", diz Silva, que assumiu na quarta-feira a defesa de Bruno, após a destituição e substituição dos defensores anteriores.

Por conta dessas manobras, o julgamento dele foi desmembrado, a exemplo do júri do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, o suposto matador, e o da ex-mulher do goleiro, Dayanne Souza, acusada de sequestro e cárcere. Os três serão julgados em março de 2013.

Além de Macarrão, também foi julgada no mesmo dia a ex-namorada de Bruno, Fernanda Castro, condenada a cinco anos em regime aberto pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê, que atualmente tem dois anos e dez meses e vive com a avó materna, Sônia Moura.

Macarrão ficará na mesma penitenciária em que Bruno está preso, em Contagem.

Ao proferir a sentença de Macarrão e Fernanda, a juíza do caso, Marixa Rodrigues, destacou a situação do bebê diante da morte da mãe, que tinha 25 anos na época.

"As consequências do homicídio foram graves. Eis que a jovem Eliza teve a sua vida ceifada de modo brutal, deixando órfã uma criança."

JULGAMENTO

O julgamento começou com cinco réus --o goleiro Bruno, seu ex-secretário Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, e a ex-namorada Fernanda Castro--, mas foi reduzido para dois. Todos são réus no processo sobre a morte e desaparecimento de Eliza Samudio, em junho de 2010.

Bola foi excluído do júri logo no primeiro dia para apresentar novos advogados após a desistência de seus dois defensores, Ércio Quaresma e Zanone Oliveira.

No segundo dia de julgamento, Bruno dispensou o advogado, Rui Pimenta, de sua defesa. A tentativa do goleiro de destituir também seu advogado, Francisco Simim, culminou no desmembramento do julgamento da ex-mulher de Bruno, Dayanne.

No terceiro dia de júri, a defesa do goleiro usou um dispositivo legal para separar o julgamento de Bruno, transferindo os poderes de defender o réu.

Francisco Simin, dessa forma, passou o caso para Lúcio Rodolfo da Silva, que pediu um prazo para ler o processo. O novo julgamento está previsto para ocorrer dia 4 de março de 2013.

Na noite de quarta-feira (21), antes de Macarrão iniciar seu depoimento, a juíza indicou que a pena do réu seria atenuada com a confissão do crime.

A fala de Macarrão virou a madrugada de quinta-feira e incriminou Bruno pelo desaparecimento e morte de Eliza. Ele afirmou que o goleiro havia pedido que ele levasse Eliza até um ponto próximo da Toca da Raposa --centro de treinamento do Cruzeiro na Pampulha, em Belo Horizonte-- onde um homem a estaria esperando. "Eu estava pressentindo que ela iria morrer."

Até então, o réu, acusado de participação no crime, nunca havia falado oficialmente sobre a morte da modelo.

O quinto dia e último dia foi marcado pelos debates da defesa e da acusação para tentar convencer os jurados da responsabilidade dos réus no crime, que culminou na condenação de ambos.

Editoria de Arte/Folhapress

 

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