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09/12/2012 - 04h30

ONG cria 'app cidadão' para ajudar prefeituras

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RAUL JUSTE LORES
EM SAN FRANCISCO

Uma votação instantânea feita por torpedos enviados pelos celulares. Foi assim que a Prefeitura da Filadélfia quis engajar os moradores de uma área, perguntando se uma praça era boa para crianças e qual seria o melhor horário de funcionamento.

"Normalmente, as prefeituras fazem audiências públicas em horários difíceis, onde aparecem sempre as mesmas 20 pessoas, é algo caro de fazer e com retorno baixo", diz Jennifer Pahlka, criadora da ONG "Code for America" [crie códigos de software para a América]. "Nossa primeira pergunta do aplicativo 'Textizen' teve 750 respostas no primeiro dia."

O aplicativo já está sendo copiado por outras cidades --o compartilhamento sem cobrança de direitos autorais é marca da ONG.

A organização, criada em San Francisco em 2009, busca reduzir o atraso tecnológico das prefeituras americanas e engajar cidadãos apáticos na gestão de suas cidades.

Com patrocínio de gigantes como Google, Facebook e O'Reilly, paga bolsas a desenvolvedores que passam um ano inventando aplicativos, trabalhando dentro de prefeituras que também contribuem com a organização.

ESCOLAS E HOSPITAIS

A Prefeitura de Boston costumava publicar uma brochura de 28 páginas com as escolas públicas da cidade, dizendo onde o cidadão teria direito de matricular seus filhos, de acordo com a idade deles e a localização da família.

A ONG desenvolveu um aplicativo, usando mapas do Google, discoverbps.org, em que o usuário digita o endereço e as idades e a lista de escolas possíveis aparece imediatamente.

"Prefeituras não têm normalmente desenvolvedores de aplicativos e software, então um processo normal pode demorar até dois anos e custar cerca de US$ 2 milhões", explica.

Os bolsistas da ONG desenvolvem um aplicativo assim em cerca de dois meses.

Já os bolsistas em Detroit começaram a trabalhar com uma organização local que mapeava casas abandonadas, terrenos baldios e áreas com má iluminação. Enquanto a tabulação normalmente levava nove meses, o aplicativo --que permite que o usuário clique em um mapa para alimentar as informações --faz o resultado chegar em questão de horas.

Outras quatro cidades estão adotando o aplicativo, chamado de Localdata, que pode servir para mapear onde existem áreas verdes, escolas e hospitais.
dados abertos

Jennifer Pahlka falou à Folha durante o encontro "Meeting of Minds" [encontro dos cérebros, em tradução livre], patrocinado pela Cisco. Ela acha que países como o Brasil têm muito a ganhar com os aplicativos.

"Os celulares estão se popularizando muito, e como fizemos no Textizen, alguns aplicativos podem ser usados com o aparelho mais simples", disse.

"Tudo é questão de quanto os governos estão dispostos a abrir seus dados. Eu luto por mais dados abertos. Se tivermos acesso a mapas, localização das escolas, percursos e horários dos ônibus, fica mais fácil para desenvolver bons aplicativos."

Editoria de Arte/Folhapress
 

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