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03/01/2013 - 20h52

Alckmin anuncia projeto para facilitar internação de viciados em drogas em SP

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TALITA BEDINELLI
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (3) um projeto para facilitar a internação à força de dependentes graves de drogas.

A divulgação foi feita após ele ser questionado sobre a operação na cracolândia, centro de São Paulo, que completou um ano hoje. Reportagem da Folha mostrou que o tráfico continua no local.

O governo não deu detalhes sobre a medida. A Folha apurou que ela ainda está em fase final de discussão e que o anúncio foi antecipado por Alckmin.

De acordo com ele, a medida deve ser implementada nas próximas duas semanas.

Ela funcionará, primeiro, com viciados que são levados pelas equipes do governo ao Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), no centro da cidade.

No local, médicos avaliarão as condições do paciente e informarão uma equipe sobre a necessidade de internação forçada de casos graves que recusarem tratamento.

A equipe terá um promotor, que dará um parecer, e um juiz, que decidirá se a internação forçada é necessária. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) acompanhará.

Quando a Justiça concordar com a internação compulsória, o dependente será encaminhado para tratamento.

No anúncio, Alckmin afirmou que o projeto --uma parceria entre governo, Tribunal de Justiça, Ministério Público e OAB --seria para internações "involuntárias", modelo em que um familiar pode pedir a internação forçada diretamente ao sistema de saúde, sem precisar da Justiça.

À tarde, o palácio confirmou que também serão feitas internações "compulsórias" --quando a Justiça tem que autorizar, após atestado médico e parecer da Promotoria (a família não precisa pedir).

O governo não informou oficialmente qual o critério exato para definir os casos "graves" até a conclusão desta edição. No anúncio, Alckmin disse que são os que implicam em "comprometimento da saúde e da vida das pessoas."

A projeto será voltado para crianças, adolescentes e adultos.

CAÇA ÀS BRUXAS

Segundo Rosangela Elias, coordenadora de Saúde Mental, Álcool e Drogas do governo, a medida não será uma "caça às bruxas". "Serão criados novos fluxos que agilizam o processo. Esperamos que esse seja o caso da grande minoria", diz ela.

O desembargador Antonio Carlos Malheiros, da área da Infância e Juventude do TJ, diz que a medida o preocupa. "Não sou contra a internação compulsória, mas o meu temor é que isso seja feito em massa. Que se comece a retirar todo mundo da rua e confundir o usuário de drogas com o marginal."

 

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