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10/01/2013 - 15h24

Um homossexual é morto a cada 26h no Brasil, diz grupo gay

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NELSON BARROS NETO
DE SALVADOR

Levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo GGB (Grupo Gay da Bahia) aponta que em 2012 houve no país ao menos 336 assassinatos de gays, lésbicas e travestis --o que representa um homicídio a cada 26 horas.

O relatório, feito anualmente pela mais antiga associação de defesa dos homossexuais no Brasil, é baseado em notícias publicadas na imprensa e em informações de ONGs. Nem todas as mortes têm motivação necessariamente homofóbica.

"Quando o movimento negro, os índios ou as feministas divulgam suas estatísticas, não se questiona se o motivo foi racismo ou machismo", diz Dudu Michels, analista de sistemas responsável pelo material. "Ser travesti já é um agravante de periculosidade dentro da intolerância dominante da sociedade."

Para o antropólogo Luiz Mott, coordenador do levantamento, 99% dos homicídios listados tiveram um "agravante" de natureza homofóbica.

"Seja a homofobia individual, quando o assassino tem mal resolvida sua própria sexualidade; seja a cultural, que pratica bullying contra a comunidade; seja a institucional, quando o governo não garante a segurança dos espaços frequentados pelo movimento LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais]", afirma Mott.

Ele diz que a quantidade de casos deve ser ainda maior, porque muitos não são conhecidos. "A subnotificação destes crimes é notória. Nossos números são apenas a ponta do iceberg."

Os gays lideram as mortes, com 188 registros (56%), seguidos de 128 de travestis (37%), 19 de lésbicas (5%) e dois de bissexuais (1%). São Paulo teve o maior número de homicídios (45), enquanto Alagoas (18) lidera em termos relativos.

O levantamento completo deve ser divulgado no site http://homofobiamata.wordpress.com.

Em 2011, o GGB registrou 226 assassinatos. O grupo ainda identificou que duas transexuais brasileiras foram mortas na Itália no ano passado.

DENÚNCIAS

O governo federal não possui dados oficiais sobre mortes de homossexuais.

Procurada pela Folha, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência diz que, entre janeiro e novembro de 2012, recebeu 2.830 denúncias no Disque Direitos Humanos "elevação de 184% em relação ao ano anterior (997)." Mas a pasta ressalta que elas nem sempre se confirmam.

A maioria das denúncias envolveu violência psicológica e discriminação.

 

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