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29/01/2013 - 21h10

'Meu cliente não é um vilão', diz advogado de sócio da boate Kiss

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DE SÃO PAULO

Responsável pela defesa de Mauro Hoffmann, um dos sócios da boate Kiss preso desde segunda-feira (28), o advogado Mário Cipriani disse à Folha que seu cliente não é "um vilão" e que o poder público "deve ser chamado à sua responsabilidade".

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"A gente entende a dimensão da tragédia e a dor das famílias, mas a prisão não era necessária. Tudo isso não pode ter aspecto de vingança", disse Cipriani. "Ele se colocou espontaneamente à disposição da polícia."

Estão presos temporariamente: Hoffmann, um outro sócio da boate e dois integrantes da banda que, segundo a polícia, foi responsável pelo início do incêndio na casa noturna.

O advogado disse que analisará todos os documentos referentes ao caso nesta quarta-feira (30) e que, em seguida, analisará um possível pedido de soltura à Justiça. "Vou analisar os documentos e confrontar todas as informações."

Segundo ele, seu cliente era apenas um acionista da casa noturna. "Ele não tinha nenhuma atuação no gerenciamento e na administração da casa. Não lidava com programação artística e com pessoal. Acreditava que tudo estava regular."

O dia a dia da boate, segundo o advogado, era tocado pelo outro sócio, Elissandro Spohr.
O advogado visitou seu cliente ontem na penitenciária estadual de Santa Maria. "Ele continua consternado, em estado de choque. Ele perdeu amigos", disse Cipriani.

INCÊNDIO

O incêndio aconteceu na madrugada de domingo (27) na boate Kiss, localizada no centro de Santa Maria (RS). O local é famoso por receber estudantes universitários. Ao todo, 234 pessoas morreram e outras 118 permanecem internadas em hospitais da cidade e de Porto Alegre.

O fogo teria começado na espuma de isolamento acústico da boate, após um integrante da banda Gurizada Fandangueira manipular um sinalizador. Faíscas atingiram o teto e iniciou as chamas. O guitarrista da banda afirmou que o extintor de incêndio não funcionou.

Sobreviventes relataram que, antes de perceberem o incêndio, os seguranças teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.

Editoria de Arte/Folhapress

A grande maioria das vítimas do incêndio na festa, promovida por alunos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), morreu asfixiada. Muitas foram encontradas amontoadas nos banheiros, por onde tentaram fugir do fogo.

No local, havia apenas uma uma porta, que funcionava como a única passagem de entrada e saída da boate. Bombeiros e sobreviventes quebraram a fachada da casa noturna a marretadas para retirar as pessoas.

A boate Kiss, com capacidade para até 691 pessoas, recebeu entre 900 e 1.000 no dia do incêndio, de acordo com a polícia.

A cidade de Santa Maria abriga alunos de faculdades particulares e da UFSM, muitos de outros Estados. Entre os mortos, estão 113 estudantes da UFSM.

Até a tarde de ontem, quatro pessoas haviam sido presas --dois donos da casa noturna e dois integrantes da banda. O delegado Sandro Meiner afirmou que "as prisões são para possibilitar as investigações dos fatos em todas as suas nuances."

A direção da boate Kiss divulgou nota afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio a uma "fatalidade".

Editoria de Arte/Folhapress
 

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