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21/02/2013 - 18h13

Construir Museu Olímpico no Maracanã é um 'deboche', diz defensor

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DIANA BRITO
DO RIO

O defensor público federal Daniel Macedo disse à Folha que a decisão do governador Sérgio Cabral (PMDB) de construir um Museu Olímpico no lugar do antigo palacete do Serviço de Proteção ao Índio, atual Funai, no Maracanã, zona norte do Rio, é um "deboche".

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"A finalidade dele [prédio] não ser demolido é a preservação dos fatos memoráveis indígenas que ocorreram ali, então transformar esse imóvel num Museu Olímpico é um deboche. Foi uma ideia repentina, contraditória. O Brasil não tem um acervo robusto para construir esse museu", disse, o defensor, na tarde desta quinta-feira.

No local também funcionou o antigo Museu do Índio. Desde o final do ano passado, o espaço é alvo de uma disputa judicial entre o governo do Estado e 23 famílias indígenas que ocupam o terreno desde 2006.

A demolição do antigo museu fazia parte do pacote de obras para preparar o Maracanã para a Copa do Mundo, mas, em janeiro, o governador decidiu não demolir mais o imóvel e tombá-lo como patrimônio histórico.

A decisão de Cabral, no entanto, exclui a permanência dos índios no local. Inicialmente, ele afirmou que o grupo indígena seria transferido para o terreno do Presídio Galpão da Quinta (por ficar perto da Quinta da Boa Vista), em São Cristóvão, onde seria construído o Centro de Referência Indígena, mas não voltou a tocar no assunto.

Porta-voz dos índios no local, o cacique Carlos Tukano disse que não se surpreende com a decisão do governador. "Vamos reagir pacificamente e tentar uma conversa para chegar a um acordo, mas não queremos ir para outro lugar. Querem mandar a gente para abrigo como se a gente fosse mendigo!", disse.

O governador afirmou ontem que o palacete será sede de um Museu Olímpico. "A concessionária vencedora do estádio vai se responsabilizar pela restauração do prédio, e o COB, pelo conteúdo e pela gestão", disse. A previsão é que a decisão seja divulgada na próxima segunda-feira no Diário Oficial do Estado.

"Assim que a decisão for publicada, vou ajuizar uma ação civil pública para evitar qualquer tentativa de desconfigurar aquele prédio", afirmou o defensor.

 

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