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22/02/2013 - 13h00

Associação reclama de critério adotado pela PM para listar ataques no Sul

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JEFERSON BERTOLINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

A Associação dos Delegados de Santa Catarina criticou nesta sexta-feira (22) os "critérios mais rigorosos" adotados pela Polícia Militar para listar atentados na onda de violência que enfrenta o Estado.

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Desde o ajuste da PM, na terça-feira (19), que foi o 21º dia da onda de violência, 12 veículos foram parcialmente queimados no Estado.

Nenhum deles foi incluído na estatística oficial. Segundo a PM, os casos estão em uma lista de "sob investigação".

"É até uma piada dizer que isso [veículos queimados] não faz parte de uma ação articulada pelo crime organizado. Qualquer pessoa pode perceber que, se temos carros queimados em várias cidades ao mesmo tempo, não pode ser só coincidência", disse o delegado Renato Hendges.

Com 47 anos de experiência, Hendges é um dos policiais mais respeitados do Estado. Ele trabalha na Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais), além de presidir a associação dos delegados.

O comando da Polícia Militar chamou a declaração de "antecipada", e informou que está preparando para os próximos dias um levantamento de carros incendiados no Estado para mostrar que esse tipo de ocorrência não chamava a atenção em outras épocas.

"Isso [os atentados] ainda está muito próximo de nós. Hoje em dia, qualquer fato com fogo está sendo vinculado com atentado", disse o major João Batista Reus, do departamento de comunicação da PM.

INCÊNDIO

O número de atentados em Santa Catarina subiu para 112 em 37 cidades nesta sexta-feira (22) depois que a PM voltou a incluir nas estatísticas oficiais um incêndio em uma base policial de Lages (206 km de Florianópolis).

O fogo foi registrado na madrugada de quarta-feira (20). No relatório das 7h daquele dia, o caso constou na lista de atentados. Mas quatro horas depois foi excluído porque uma perícia preliminar indicou que o incêndio que atingiu teto, parede, fogão e uma mesa tinha sido causado por vazamento de gás.

A PM voltou a incluí-lo nas estatísticas porque, segundo a assessoria de imprensa da corporação, as investigações iniciadas depois do incêndio levaram à prisão de quatro pessoas que "admitiram participação no ataque".

Como mostrou a Folha na quarta-feira (20), a PM decidiu adotar "critérios mais rigorosos" para listar atentados porque, entre outros casos do gênero, contabilizou um incêndio em carro que ocorreu depois de briga de casal em Tubarão (131 km de Florianópolis).

"No afã de relatar tudo, não estávamos sendo rigorosos como deveríamos. Estávamos aumentando muito o número de ocorrências e nos distanciando da realidade", disse o major João Carlos Neves Júnior.

AJUDA FEDERAL

Nesta sexta-feira (22), a chegada da Força Nacional de Segurança a Santa Catarina completou uma semana.

As tropas participaram da transferência de 40 criminosos do Estado a presídios federais entre sábado (16) e quarta-feira (20), até agora a maior resposta do governo do Estado ao crime organizado.

Por decisão do comando estadual da Polícia Militar, o reforço está atuando nas unidades prisionais do Estado, consideradas "pontos sensíveis" depois da transferência dos presos.

 

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