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Polícia descarta que mortes após ressonância tenham sido criminosas
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MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS
A Polícia Civil de Campinas (a 93 km de São Paulo) descartou nesta sexta-feira a possibilidade de que as mortes de três pessoas que fizeram exame de ressonância magnética em um hospital particular da cidade tenham sido causadas de forma criminosa.
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O delegado José Carlos da Silva disse que ainda aguarda laudos da perícia e do IML (Instituto Médico Legal) para identificar as causas, mas que já é possível descartar qualquer crime, com base em depoimentos e nas reconstituições dos atendimentos.
No dia 28 de janeiro, dois homens --de 36 e 39 anos-- e uma mulher de 25 anos foram ao hospital Vera Cruz apenas para o exame de rotina, sem condições críticas de saúde.
Eles fizeram a ressonância magnética no crânio e, cerca de meia hora depois, começaram a passar mal, sentindo formigamento, ânsia e convulsão. Das três vítimas, duas passaram por uma máquina e receberam um tipo de contraste (substância usada para dar mais nitidez à imagem da ressonância) e outra foi atendida em máquina diferente, com outro contraste.
"Não existe nenhum fator externo que tenha ocasionado [as mortes] de forma intencional, como sabotagem ou envenenamento", disse o delegado. Segundo ele, ainda não está descartada uma falha humana na operação do contraste ou do equipamento, de forma acidental.
"Precisamos verificar também se eventual falha constatada contribuiu para que ocorressem as mortes, por isso não podemos concluir sem todos os laudos."
INTERAÇÃO
Outras 83 pessoas fizeram ressonância magnética no mesmo dia, e uma mulher foi atendida depois dos três. Ninguém mais teve reações.
O diretor do núcleo do IML em Campinas, João Miller Júnior, disse que o mais provável é que apenas nos três casos tenha ocorrido uma interação específica entre o soro, o contraste e algum elemento que tenha causado as mortes por embolia pulmonar.
"Temos buscado quais substâncias podem causar esse quadro, em conjunto com os elementos do exame", afirmou. "Mas o soro ou o contraste, por si só, não seriam capazes de matar, nas doses em que foram aplicados. Além disso, nas amostras dos pacientes não foram encontradas substâncias tóxicas."
O farmacêutico responsável pela fórmula dos contrastes ainda será ouvido para detalhar qual a composição da substância. "Não estamos concentrados em uma substância, mas na interação de vários fatores que causaram isso", disse Miller.
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