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21/03/2013 - 12h09

Familiares de pedreiro que aparece em foto histórica são enterrados em Petrópolis

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ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A PETRÓPOLIS

Em clima de consternação, foram enterrados na manhã desta quinta-feira (21) em Petrópolis, na região serrana do Rio, os corpos de três familiares de Jamil Luminato, 53, o pedreiro que aparece em foto histórica de outro drama, semelhante ao atual, ocorrido na cidade há 31 anos.

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"Infelizmente, desta vez foi com a minha filha. Espero que façam algo para que esta história mude", disse, bastante emocionado.

Jamil perdeu a filha, Drucilane Alves Luminato, 27, e dois netos, Rodrigo de Oliveira Valle Junior, 4, e João Vitor Alves do Valle, 2. Todos morreram soterrados, vítimas das fortes chuvas que caíram na cidade desde o último domingo (17). O genro de Jamil, Rodrigo Vale, permanece internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Em 1981, quando deslizamentos mataram dezenas de pessoas em Petrópolis, o hoje pedreiro transformou-se em símbolo da catástrofe e herói ao ajudar a salvar vítimas dos soterramentos.

Sua foto correu o país e deu ao fotógrafo Carlos Mesquita, morto no ano passado, o prêmio Esso Regional, um dos principais do jornalismo brasileiro. Na primeira página do "Jornal do Brasil", a imagem mostrava Jamil, então com 21 anos, carregando o corpo de um bebê morto. A criança acabara de ser retirada por ele do meio do barro, no local onde nasceu, foi criado e mora ainda hoje, o bairro Independência.

Hoje, no enterro, familiares de Jamil demonstravam indignação. "Morre gente, nunca acaba. Minha família não é a única vítima. Foram muitos. A gente não é o primeiro e não seremos os últimos", afirmou Edmilson Antônio da Silva, irmão de Jamil.

Segundo Edmislon, o pedreiro estava construíndo uma casa nova para a filha morar. No mesmo bairro, o Independência, mas numa região mais segura. "Não temos condição de comprar um apartamento. Então a gente faz o que dá. Isso vai acontecer de novo", reclamou.

 

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