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Defensoria denuncia suposto abuso policial em ação na aldeia Maracanã
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DO RIO
As Defensorias Públicas da União e do Estado do Rio vão denunciar ao Ministério Público Federal e à Corregedoria da Polícia Militar o suposto abuso de autoridade policial cometido durante a reintegração de posse da aldeia Maracanã. A ação ocorreu na manhã desta sexta-feira, ao lado do estádio do Maracanã, no Rio.
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De acordo com os defensores, a Polícia Militar do Rio invadiu o local antes do prazo indicado pelos índios. "Eles [índios] haviam pedido mais dez minutos, mas a polícia invadiu de forma precipitada, desastrosa, amadora, que causou um alerta geral", disse o defensor público federal Daniel Macedo.
Os defensores vão requerer imagens de veículos de comunicação (jornais, TVs e portais de notícias) na tentativa de identificar quem deu o comando de invasão do local. O Ministério Público Federal informou em nota que a PM agiu com "evidente força desproporcional".
De acordo com o defensor público estadual Henrique Guelber, o comando da PM se prontificou a apurar os supostos abusos. "A polícia alegou incêndio e obstrução de via para agir com truculência, mas isso não aconteceu. A saída estava tranquila, organizada, mas houve precipitação da polícia", disse.
Macedo afirmou que as defensorias estavam no local para garantir que a decisão da Justiça Federal fosse cumprida com tranquilidade, o que, segundo ele, não ocorreu. "Entraram com truculência. Estávamos lá para garantir tranquilidade, mas acabamos atingidos por gás de pimenta", disse.
O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), disse que a versão dada pela PM para entrar na aldeia não aconteceu. "Foi uma ação desastrosa, irresponsável e despreparada. Vamos juntos oficiar cópias das imagens para identificar os responsáveis pelas ações", disse.
REMOÇÃO
A aldeia Maracanã foi desocupada na manhã de hoje com a presença Batalhão de Choque da Polícia Militar. As crianças e idosos já tinham sido retirados pela Secretaria de de Assistência Social e Direitos Humanos quando a polícia invadiu o local. Sete manifestantes foram presos.
Homens do Choque empurraram os índios para fora na propriedade. Eles também usaram spray de gás pimenta e bombas de efeito moral. O coronel Frederico Caldas, relações públicas da PM, informou que 200 policiais participaram da ação, entre homens do Bope, do Batalhão de Choque e do 4º Batalhão da PM.
Durante a invasão da polícia, manifestantes fecharam uma pista da Radial Oeste, no sentido leste. Quatro bombas de efeito moral foram detonadas para dispersar os manifestantes que ocupavam a avenida. Um índio ficou ferido e precisou de atendimento médico.
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