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Sem casas populares, Petrópolis vê "boom" de condomínios de luxo
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ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A PETRÓPOLIS (RJ)
Enquanto o poder público alega dificuldade em encontrar terrenos para a construção de casas populares em Petrópolis, onde 33 pessoas morreram vítimas de deslizamentos em março, a cidade está repleta de novos empreendimentos imobiliários privados.
Doações de construtoras em Petrópolis se reduzem a menos da metade
Novos condomínios são anunciados como "exclusivos", com preços de até R$ 500 mil por apartamentos. Há ao menos 24 empreendimentos à venda, em construção ou na planta, alguns com mais de cem unidades.
Desde 2011, quando mais de 900 pessoas morreram na região serrana, o governo estadual não concluiu nenhuma casa. Em Petrópolis, o Estado desapropriou só um terreno na cidade para a construção de 368 apartamentos. A obra ainda não começou.
"Existe uma grande dificuldade de terrenos na região serrana, principalmente em função da topografia, agravada pelo impacto das enchentes que periodicamente se abateram nessas áreas", disse a Secretaria Estadual de Obras.
A indústria imobiliária conseguiu superar as dificuldades. Novos condomínios surgem até em áreas próximas ao centro da cidade.
Empresários do setor confirmam o desafio em encontrar áreas livres. Cerca de 70% do município está sob preservação ambiental. Há também restrições de tombamentos pelo patrimônio histórico da cidade abrigou residência de férias da família imperial. Mas afirmam que o empecilho não impede que a cidade viva o aquecimento do mercado imobiliário.
"Tem que garimpar. É preciso conhecer bem a região e entender onde há abertura na legislação para fazer. Talvez a diferença seja que nós estamos focados nisso, precisamos disso para trabalhar", afirmou o diretor de uma das principais imobiliárias da cidade, que pediu anonimato.
O condomínio Villa Bella começou a ser construído no fim de 2011. Está no terreno antes ocupado por espaçosa casa de veraneio. Os futuros moradores das 32 unidades, a serem concluídas em dezembro, serão vizinhos de moradores de áreas de risco.
Os prédios estão sob do morro 24 de maio, onde há sirenes que alertam em caso de risco de deslizamento. Petrópolis tem 5 mil famílias vivendo em áreas de risco, segundo a prefeitura.
A Secretaria Estadual de Obras disse apenas que "não há comparações técnicas" entre a construção de condomínios privados e de unidades habitacionais pelo poder público. Afirmou ainda que o governo gastou R$ 6,5 milhões em compra assistida para 267 famílias que viviam em risco na cidade.
O prefeito Rubens Bomtempo (PSB) afirmou que os terrenos são caros, e que o centro da cidade está saturado. Ele disse que o número de empreendimentos "não foge da média histórica da cidade".
Bomtempo disse também que o município precisa alterar o Código de Obras, de 1976, cujas regras dificultam empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida.
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