Briga entre irmãos causou duas chacinas na Grande SP, diz polícia

Uma briga entre dois irmãos suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas foi, segundo a polícia, a causa de duas chacinas ocorridas nas duas últimas semanas na Grande São Paulo --em Osasco e em Santana de Parnaíba. Os crimes deixaram seis pessoas mortas, entre elas um bebê de quatro meses.

De acordo com a polícia, a primeira chacina ocorreu no último dia 2, na cidade de Osasco. Na ocasião, foram assassinados André Barsotti de Lima, 24, sua mulher, Ana Jéssica Vicente, 21, e o filho do casal, André Vicente de Lima, de quatro meses. Os corpos das três vítimas foram encontrados abraçados sobre uma cama na casa em que moravam.

De acordo com o delegado Luiz Fernando Lopes Teixeira, da 3º Delegacia de Homicídios Múltiplos, as investigações sobre o crime apontam que a família foi morta pelo irmão de André, Álvaro Barsotti de Lima, 22. Testemunhas relataram que os dois irmãos haviam brigado recentemente devido a um ponto de drogas que ambos administravam. Na ocasião, André teria expulsado o irmão de casa, e Álvaro o ameaçou de morte.

Ainda de acordo com a polícia, testemunhas afirmaram também que Álvaro confessou ter matado a família do irmão para vizinhos na mesma noite do crime. "Ele estava 'doidão' e falou que tinha acabado com a família do irmão", disse o delegado.

Quatro dias após o primeiro crime, Álvaro também foi morto em outra chacina, ocorrida em Santana de Parnaíba. A polícia diz que há suspeitas que, em decorrência do primeiro crime, chefes do tráfico de drogas da região torturam e assassinaram Álvaro e outros dois homens.

"Eu ia pedir a prisão temporária do Álvaro, quando fui informado, assim que cheguei na delegacia no domingo (6), que tinha havido outra chacina e que ele seria uma das vítimas", disse Teixeira.

A polícia afirmou que ainda investiga detalhes sobre o segundo crime, mas destacou que há indícios de que os três homens --Álvaro, Cléderson Onorato dos Santos, 26, e Carlos Alberto Alves Bezerra, 24--, foram pegos ainda em Osasco e levados para Santana de Parnaíba, onde foram "julgados", torturados e mortos.

Teixeira afirmou que ainda aguarda laudos do IML (Instituto Médico Legal), que deve determinar detalhes sobre as mortes dos três suspeitos, mas já disse há indícios de que ao menos três pessoas tenham participado do crime e destacou que foram encontrados três tipos de munição no local. Algumas testemunhas ainda serão ouvidas, de acordo com o delegado.