Bope usa micro-ônibus com câmera que funciona no escuro em operação no Rio

Equipado com quatro câmeras comuns e uma especial giratória posicionada numa torre telescópica com visão em 360 graus e capacidade de reproduzir imagens no escuro, um micro-ônibus israelense está sendo utilizado pela primeira vez, nesta sexta-feira, em uma operação policial no morro do Andaraí, zona norte do Rio.

Ao menos 80 homens do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais, da Polícia Militar) ocupam a comunidade desde cedo para a implantação da décima UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da cidade.

"O veículo ficará à disposição do Bope por tempo indeterminado nos arredores do morro do Andaraí. Durante a noite, ainda será possível captar imagens a uma distância de até dois quilômetros através da câmera giratória, que fica no topo do micro-ônibus", afirmou à Folha o chefe do Centro de Comunicações e Informática da Polícia Militar, major Fábio Cajueiro.

O veículo, adquirido para auxiliar na segurança dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, passou por algumas adaptações --como modificações no posicionamento das câmeras-- para ser utilizado na operação. Além do Pan, o micro- ônibus também foi usado no último Réveillon e no Carnaval desde ano.

"A partir de hoje vamos empregar esse veículo em missões de combate ao narcotráfico. Ele fica posicionado numa localidade próxima ao evento crítico e de lá ele monitora tanto a disposição do efetivo no terreno quanto a movimentação de suspeitos", afirmou Cajueiro.

Ainda de acordo com o major, por enquanto, apenas um ônibus especial será utilizado nas operações em favelas. "A intenção é mudar de micrô-ônibus para caminhão, mas ainda estamos adaptando alguns veículos", disse.

Cajueiro afirmou que especialistas já implantam em outros veículos câmeras com laser acoplado para visualizar suspeitos à distância. "Com esse equipamento a laser -- não visível a olho humano - nós podemos colocar um holofote em cima do suspeito sem que ele perceba e, assim, capturá-lo com menos dificuldade através de informações transmitidas via rádio", disse Cajueiro.