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07/08/2010 - 10h36

Clube ocupa calçada e cria polêmica no bairro de Higienópolis, em SP

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JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

Palco de discussões envolvendo intelectuais, artistas e políticos no século 19, quando era residência de dona Veridiana da Silva Prado, mítica figura da história paulistana, o prédio, fincado num ponto nobre de São Paulo, vive outro tipo de polêmica.

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De um lado, o Iate Clube de Santos, dono do imóvel que ocupa quase uma quadra no perímetro formado pela avenida Higienópolis e ruas Dona Veridiana e General Jardim, em Higienópolis.

Do outro, a prefeitura e moradores do bairro --um dos redutos da elite paulistana. No meio, a Universidade Mackenzie e, mais ainda, os seus alunos.

A discórdia: 300 metros de cavaletes metálicos enfileirados pelo clube, formando um biombo que divide a calçada ao meio e deixa só a parte externa livre para o pedestre.

O motivo: afastar os estudantes do Mackenzie (que fica em frente) durante as festas de recepção dos calouros, no início de cada semestre.

Pichações, xixi e câmeras de vigilância quebradas são parte do saldo das festas, diz Valter Gaia, gerente da agremiação. "Não achamos outra solução. Fizemos isso para proteger o patrimônio do clube." O prédio é tombado pelo Condephaat (órgão de proteção do patrimônio estadual).

O imóvel é uma chácara, com jardins e um palacete típico da elite paulistana da virada do século 20, com influências renascentistas.

Segundo Gaia, o expediente não dura mais que uma semana. "Amanhã [hoje], vamos retirar", diz. Antes disso, no entanto, veio a punição: ontem, a Subprefeitura da Sé autuou o clube em R$ 500 por obstrução de passeio.

Daniel Marenco/Folhapress
Para tentar se proteger de possíveis trotes de estudantes, grades de proteção são colocadas em calçadas clube
Para tentar se proteger de possíveis trotes de estudantes, grades de proteção são colocadas em calçadas clube

MORADORES

"Privatizaram o lugar", critica a economista Eneida Terra, 59, que passeava pela calçada com seu cachorro. "O espaço deixado para o pedestre não respeita a lei."

Embora boa parte da faixa livre tenha mais que o mínimo de 1,20 m exigido por lei, em alguns pontos --onde há arvores--, ela não permite a passagem de um cadeirante.

"Acho injusto, porque está ocupando metade da calçada", diz o jornalista Thiago Blumenthal, 29, que também passeava com o seu cão.

O Mackenzie disse que faz várias atividades para tentar "segurar os alunos dentro do campus", mas que não tem como controlá-los nas ruas.

 

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