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21/08/2010 - 13h05

Irmão de Mércia Nakashima acredita em revisão do habeas corpus de Mizael

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GUILHERME REED
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O irmão da advogada Mércia Nakashima, 28 Márcio Nakashima, afirmou na manhã deste sábado em Guarulhos (na Grande São Paulo), que mantém a esperança de que a Justiça aceite o recurso contra o habeas corpus de prisão preventiva que mantém em liberdade o militar reformado Mizael Bispo de Souza, principal suspeito do desaparecimento da advogada e ex-namorado da vítima.

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"Estamos esperançosos. Acho difícil a Justiça manter a decisão de deixar essa pessoa (Mizael) solta. O que está acontecendo é inadmissível", disse Márcio Nakashima.

Após participarem de uma missa para relembrar os três meses do desaparecimento e morte da advogada e caminharem durante cerca de uma hora, a família de Mércia Nakashima e um grupo de cerca de cem pessoas chegaram ao Bosque Maia no final da manhã.

Márcio disse que escolheu o local como ponto de chegada da passeata porque ele era frequentado pela irmã quando ela queria relaxar. "Quando a Mércia estava estressada, ela vinha, dava uma caminhada, tomava uma água de coco, descansava e ia para casa. Aqui é um local de paz, é um local de alegria", afirmou Márcio.

Mais cedo, Márcio criticou a atitude da desembargadora Angélica de Almeida, que revogou o pedido de habeas corpus de prisão preventiva de Mizael.

"Tem que mudar a legislação. Se a decisão for mantida, ela [desembargadora] vai dar uma licença para matar. A lei serve para privilegiar o criminoso, somos o tempo todo sancionados", afirmou Márcio.

A missa celebrada na igreja da Matriz, no centro de Guarulhos, começou às 8h e terminou cerca de uma hora depois. Com a igreja cheia, parentes e amigos lembraram os momentos vividos com a vítima.

A mãe e a irmã de Mércia se abraçaram durante a cerimônia e ajoelhadas, choraram juntas. Massataka Ota, pai do menino Ives Ota --morto em 1997, aos 8 anos, pelos seguranças do pai-- também participou da missa.

Depois da cerimônia, por volta das 9h30, o grupo iniciou uma passeata pelas ruas da cidade. Eles passaram pelo cemitério São João Batista, onde Mércia está enterrada.

Aos gritos de Justiça, os manifestantes pediam a prisão de Mizael. O pai de Mércia usou nariz de palhaço durante a passeata.

Na tarde de ontem, cerca de 150 manifestantes reuniram-se em frente ao Tribunal de Justiça, no centro de São Paulo, para protestar contra a impunidade e injustiça. Foi o primeiro ato para lembrar a morte da advogada.

Na ocasião, o irmão da advogada afirmou que a família tem sofrido ameaças: "Já recebi ligações, já recebi cartas, já recebi avisos em filas de supermercado".

CASO

Mércia desapareceu no dia 23 de maio. Seu carro foi encontrado no dia 10 de junho em uma represa em Nazaré Paulista (64 km de SP), após indicação de um homem que viu o veículo ser empurrado enquanto pescava. No dia seguinte seu corpo foi encontrado no mesmo local.

O ex-namorado da advogada, Mizael Bispo de Souza, é o principal suspeito de ter matado Mércia. Segundo a polícia, ele teria sido ajudado pelo vigia Evandro Bezerra Silva.

Mizael foi acusado de homicídio triplamente qualificado, mas desde o início das investigações nega qualquer envolvimento com o crime. O vigia, acusado pela polícia de ajudar Mizael, foi denunciado por homicídio duplamente qualificado. A Justiça acatou as denúncias.

O advogado assistente de acusação, Alexandre de Sá Domingues, afirmou à Folha que o recurso contra os habeas corpus feito pelo Ministério Público deverá ser julgado em duas semanas.

 

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