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Said Habib Yunes (1907 - 2010) - Imigrante libanês e pai orgulhoso
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FELIPE CARUSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando estourou a Primeira Guerra Mundial, Said Habib Yunes era um cristão de sete anos no Líbano.
A perseguição que sofreu dos turcos otomanos viraram histórias de família que ele contava para os filhos, netos e bisnetos.
Nascido na cidade litorânea de Damour, no Líbano, era um dos três filhos do pescador José, que imigrou para o Brasil após o fim da guerra.
Em 1926, foi sua vez de embarcar num navio e reencontrar o pai em Bragança Paulista (SP). Os dois trabalhavam numa tecelagem.
Veio para São Paulo e tornou-se comerciante, abrindo uma loja na Aclimação.
No início dos anos 30, entre os imigrantes, conheceu Josephina, com quem se casaria e teria quatro filhos.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, levou as crianças para assistir ao desfile.
Lutava boxe, gostava de futebol e era um exímio jogador de gamão, técnica que ensinou aos descendentes. Frequentava o Jockey Club e, de vez em quando, fazia uma fezinha nos cavalos.
Em casa, ouvia música árabe e ainda escrevia textos na língua materna.
Orgulhava-se de ver as duas filhas formadas em letras e do sucesso profissional dos filhos gêmeos.
O advogado José Yunes foi deputado constituinte, e o médico João Yunes, diretor da Faculdade de Saúde Pública da USP e secretário do governo paulista. A morte de João em 2002 o abalou muito.
Morreu anteontem, aos 103, em São Paulo, de causas naturais. Deixa três filhos, 11 netos e 15 bisnetos. A missa de sétimo dia será na quinta, às 12h, na igreja São José.
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